A Evolução da Escravidão

Por Alexandre Mendes
A escravidão sofreu mutações ao longo da história e sua aplicação foi diferente nas diversas partes do mundo. Será que hoje somos mesmo livres?

Analisando o regime escravista em épocas e lugares diferentes, chegaremos a conclusão de que não há um modelo universal para a aplicação deste.
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Na Grécia Homérica,enquanto alguns escravos não eram dignos da menor confiança, outros possuiam terras doadas pelo seus donos,constituiam família e até adquiriam seus próprios escravos. Ser escravo na Grécia ainda era melhor do que não participar de nenhuma família (oikos); ser livre sem uma família (teta) era a pior posição social.
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Em Roma,os escravos ocupavam diversos cargos dentro das famílias: os rurais viviam em piores condições, havia os especializados em alguma função (vinhateiros, porqueiros etc.). O vilicus obtinha a melhor posição: administrava a terra e os demais escravos de seu senhor. No Brasil colônia,o escravo trabalhava nas plantações de forma sub-humana, uma tentativa de fuga era seguida de diversas chibatadas no tronco, ou até a mutilação como castigo.
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Atualmente,o regime escravocrata é considerado extinto. Porém reflita:
-Você é livre para ir aonde quiser amanhã?
-O que acontece se você ficar desempregado?
-Você já engoliu algum sapo do seu patrão, para não perder o emprego?
-O que acontece se não pagar todas as suas dívidas e impostos?
-E se você agredir verbalmente uma autoridade?
-E se ela te agredir verbalmente?
-O que acontece se você parar de votar?
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Essas e outras questões nos mostram como estamos presos a uma teia social[*] ,na qual um conjunto de leis,regras e costumes impostos pelo Estado e elite, nos prende ao regime capitalista de forma covarde. Portanto a escravidão não acabou, ela apenas foi adaptada para o modo de podução capitalista atual.
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[*]Concepção de Max Weber.
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(Texto publicado no fanzine "O Berro" nº 8, junho/2009, caixa postal 100050, Niterói, RJ, Brasil, CEP 24020-971)

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