O que leva os adolescentes a praticar sexo, com alto risco de contrair gravidez, e usar drogas?
Algumas pessoas talvez não achem que a gravidez de adolescentes seja um problema assim tão sério. No entanto, segundo a "Folha de S. Paulo", no Brasil, "698.439 partos em adolescentes de até 19 anos foram realizados pelo SUS em 1998 . . . 31.857 dessas parturientes eram meninas entre 10 e 14 anos, uma idade em que, convenhamos, a gravidez é absurda".
Mas quais as conseqüências, para a jovem, da gravidez precoce? Podem ser muito variadas, de pessoa para pessoa. No entanto, de maneira geral, elas se sentem assustadas, envergonhadas e despreparadas para enfrentar os desafios da maternidade responsável; a maioria delas não consegue terminar o ensino médio, e acaba perdendo sua juventude, pois têm de se preocupar em trabalhar para sustentar o filho, ao passo que a maioria das colegas de sua idade se preocupam com roupas e notas; elas nem sempre podem dar uma educação de qualidade para o filho, que acaba sendo cuidado por alguma parente ou por uma babá mal paga; Muitas se precipitam em casar com o pai da criança, para evitar o constrangimento de ser mães solteiras, o que pode resultar em mais filhos num casamento com poucas chances de ser duradouro. Isso quando o pai concorda em casar com a mãe adolescente, o que acontece apenas na minoria dos casos.
Para os bebês, as conseqüências podem ser bem mais graves. Em alguns casos, eles nem recebem a oportunidade de nascer, sendo vítimas de assassinato dentro do útero, ou seja, aborto provocado. Mesmo quando a mãe tem coragem de assumir a gravidez, o bebê tem maior probabilidade de nascer prematuro e com peso abaixo do ideal, aumentando os riscos de mortalidade infantil, cegueira, surdez, problemas respiratórios crônicos, problemas mentais, paralisia cerebral, dislexia e hiperatividade.
Além disso, o filho de mãe adolescente costuma estar mais exposto a violência e maus tratos que os filhos de mães com mais idade, ter sentimentos de baixa auto-estima e cair num círculo vicioso de uso de drogas e comportamento auto-destrutivo, o que pode resultar em também serem pais ou mães adolescentes.
Sendo assim, porque o sexo e a gravidez na adolescência se tornaram tão comuns? Em alguns casos, famílias desfeitas ou mal estruturadas, abusos sexuais, físicos ou verbais e outras circunstâncias desfavoráveis podem gerar nas jovens um sentimento de baixa auto-estima, o que leva a sentimentos de inutilidade e um comportamento inconseqüente, como se a única forma de obter atenção fosse por meio da atração sexual, e a única forma de ter uma família verdadeira fosse tendo seus próprios filhos.
Algumas adolescentes começam a praticar sexo por curiosidade, outras por medo de serem consideradas antiquadas ou desinteressantes, muitas por pressão do namorado, e muitas outras simplesmente por ser o que todo mundo está fazendo. No entanto, muitas simplesmente não sabem que o sexo pode levar à gravidez (você já notou que na televisão todo mundo pratica sexo, e ninguém engravida ou contrai alguma doença sexualmente transmissível?), e algumas têm excesso de autoconfiança (não conseguem acreditar que isso possa acontecer justamente com elas, mesmo que não estejam usando nenhum método contraceptivo).
No entanto, foi a mudança de conceito sobre o sexo que teve a maior influência no aumento da gravidez precoce. Hoje em dia, o sexo fora do casamento é considerado algo normal, e falar de castidade antes do casamento é considerado completamente ridículo. Muitos pais providenciam camas de casal para seus filhos adolescentes, argumentando que, já que não dá para evitar que os filhos pratiquem sexo, é melhor que façam isso em casa. Ser mãe solteira já não é considerado tão vergonhoso, e em algumas regiões, algumas adolescentes até mesmo se orgulham de serem mães.
De forma que muitos estão descobrindo que a melhor maneira de evitar doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência é voltar aos antigos padrões familiares. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Governo promove abertamente uma campanha de abstinência sexual entre os solteiros, e os que aderem a esta campanha gostam de se identificar usando uma aliança de prata. No Brasil, onde as campanhas educativas simplesmente sugerem o uso de camisinha, o problema só vem aumentando.
E QUANTO ÀS DROGAS?
A revista "Despertai" de 8 de julho de 2001 explica o que leva tantos jovens a usarem drogas: "A pressão dos colegas sem dúvida tem um papel importante em iniciar muitos no mundo das drogas. Os jovens em especial são suscetíveis a essa pressão. Muitos jovens que experimentaram drogas pela primeira vez provavelmente a receberam de algum 'amigo'. Além disso, o exemplo dos ídolos do mundo do entretenimento exerce uma influência fortíssima sobre os fãs jovens.
"Muitos outros fatores contribuem para o aumento no uso de drogas. Entre esses estão desilusão, depressão e falta de objetivo na vida. Outras razões são problemas econômicos, desemprego e o mau exemplo dos pais. Alguns que têm dificuldades nos relacionamentos humanos usam drogas para ajudá-los a enfrentar eventos sociais. Acham que as drogas aumentam sua confiança, fazendo com que se sintam espertos e apreciados. Outros acham mais fácil usar drogas do que assumir as responsabilidades da vida. "
Parece que os avisos sobre os danos que as drogas podem causar não assustam os jovens. Em geral eles têm a atitude de que 'não vai acontecer comigo'. O livro 'Talking With Your Teenager' (Como Conversar com seu Filho Adolescente) explica por que os adolescentes ignoram os avisos a respeito dos efeitos das drogas sobre a saúde: 'Eles são tão resistentes e cheios de vida que não acreditam que sua saúde possa ser afetada. Essa sensação de "invulnerabilidade" é muito comum nos adolescentes. Para eles, o câncer de pulmão, o alcoolismo e o vício em drogas pesadas são coisas que acontecem com os mais velhos, não com eles'. "
Em muitos casos, a falta de disciplina e supervisão dos pais contribui para o problema. Alguns pais estão tão atarefados com seu trabalho ou outras atividades rotineiras que nem percebem que seus filhos estão usando drogas, ficando chocados e sentindo-se traídos quando descobrem o que está acontecendo. Outros pais, que sofreram com o abuso de autoridade quando eram crianças, tentam ser diferentes e acabam dando excessiva liberdade aos filhos.
No entanto, depois que estão viciados, fica difícil largas as drogas. Elas podem causar uma sensação de euforia e bem-estar, ao passo que a realidade pode ser bem diferente. Alem disso, há os sintomas da abstinência, que podem ser terríveis. Por isso, o ideal é nunca experimentar.
O que se pode fazer para ajudar os jovens? Uma boa comunicação entre pais e filhos e um ambiente familiar caloroso é muito importante. Mas, acima de tudo, incutir nos filhos, desde crianças, o amor a Deus e o respeito por suas leis pode ser a melhor motivação para ajudar os adolescentes a evitarem as drogas, o sexo e a gravidez na adolescência.
Helena Alves Costa.
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