Escolas públicas de BH terão regras para combater bullying


Capital mineira é a segunda do país em número de casos, de acordo com IBGE



CAROLINA COUTINHO

FOTO: MAÍRA VIEIRA - 24.9.2010
Mudanças. Regimento interno nas escolas foi feito há 20 anos; abordagem ao bullying será contemplada nas novas regras que deverão entrar em vigor no ano que vem
MAÍRA VIEIRA - 24.9.2010
Mudanças. Regimento interno nas escolas foi feito há 20 anos; abordagem ao bullying será contemplada nas novas regras que deverão entrar em vigor no ano que vem
Belo Horizonte ocupa o segundo lugar no ranking das capitais brasileiras que mais registram casos de bullying nas escolas, conforme apontou uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante disso, a Prefeitura de Belo Horizonte resolveu combater o problema na rede municipal de ensino com a elaboração de um novo regimento escolar que tratará de medidas para combater o bullying.

A intenção é que o documento funcione como uma espécie de manual para orientar e determinar como os educadores, pais e alunos devem agir diante de uma situação desse tipo. Segundo o gerente de projetos especiais da Secretaria Municipal de Educação, Ismayr Sérgio Cláudio, o atual regimento escolar da rede pública foi feito há 20 anos e está desatualizado e, por isso, a necessidade de um novo, em que a identificação e abordagem ao bullying sejam padronizadas. A previsão é que o novo regimento entre em vigor a partir de 2012.

"O atual regimento não atende mais às demandas das escolas hoje, que são mais dinâmicas. Além disso, com o passar dos anos, os problemas de convivência aumentaram, o que nos motivou a priorizar o tema bullying. Começamos a elaborar o regimento no início de 2010 e o finalizaremos no fim deste ano. Enquanto isso, questões já determinadas no documento poderão ser implantadas nas escolas".

A proposta será de capacitar melhor os professores, diretores e coordenadores, assim como guardas municipais que atuam nas escolas, para lidar com o bullying. O atendimento de qualquer caso do tipo será ainda acompanhado por colegiados ligados diretamente a assistentes sociais e ao Juizado da Infância e Juventude. "No novo regimento, vamos fortalecer e dar mais poder aos conselhos e colegiados, que vão mediar os conflitos, monitorar a convivência escolar e as brigas que possam advir dessa convivência. A intenção é, tão logo os sinais de bullying apareçam, que eles sejam tratados e solucionados por esses colegiados", afirmou.

Já para a rede estadual de ensino, não está prevista nenhuma manifestação nesse sentido. Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação (SEE), o bullying é tratado como um tema pontual nas instituições, onde "cada professor lida com o caso da maneira que achar mais adequada".

Ranking. Uma pesquisa do IBGE, divulgada em junho de 2010, mostrou que Brasília é a capital nacional do bullying. Ao todo, 35,6% dos estudantes entrevistados disseram ter sido vítimas desse tipo de assédio. Belo Horizonte está em segundo lugar, com 35,3%, e Curitiba, em terceiro lugar, com 35,2 %.

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