VICIADOS EM DROGAS


Cada vez mais difícil
Reunião hoje vai tratar das denúncias de que médicos seriam orientados a negar laudos

Por:JOANA SUAREZ
Sem vagas no sistema público e com o temor de ter que custear internações em clínicas particulares, a Prefeitura de Belo Horizonte estaria orientando os médicos da capital a não fornecerem laudos psiquiátricos à população, necessários para a internação de dependentes químicos. A denúncia é da Defensoria Pública de Minas Gerais, de entidades ligadas aos usuários e de famílias de dependentes.
O município nega que haja qualquer orientação neste sentido, mas uma reunião sobre o assunto está marcada para hoje – vão participar defensores e autoridades municipais. O Comitê Supervisor para Cumprimento de Medidas Involuntárias e Compulsórias, formado, dentre outros, pelo Ministério Público e pela Secretaria de Estado de Saúde, informou que está ciente do impasse e vai apurar o caso.
O laudo médico é necessário para a internação compulsória – quando não há o consentimento do paciente e não se consegue vaga pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em Minas, segundo a Secretaria de Estado de Saúde, quase 100% dos 2.700 leitos psiquiátricos disponíveis no SUS estão ocupados. Na capital, são 270 leitos.
Perícia só em 2013
Há mais de um ano, depois de muito sacrifício, a doméstica Jaqueline Souza, de 43 anos, chegou a conseguir um laudo para internar o filho, de 21, viciado desde os 16, mas não conseguiu a vaga. Desde então ela entrou na Justiça, mas a perícia para avaliar a situação do filho foi marcada para abril de 2013. “Agora, estou correndo atrás de um novo laudo para renovar o pedido, mas está muito difícil”, afirmou.
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