A criação de políticas públicas de natureza educativa e assistencial na área de saúde foi o tema das discussões no encontro Crack, Violência e Ressocialização por Meio da Cultura Hip-Hop, realizado no Museu da República, em Brasília. A deputada Érica Kokay (PT-DF), que participa de comissão especial criada no Congresso Nacional para discutir o apoio aos dependentes de crack, disse que pretende realizar uma audiência pública para colher opiniões da sociedade que contribuam para a solução do problema em nível nacional.
“O apelo ao consumismo é uma das causas que leva o jovem à delinquência, pois ele só é respeitado se consumir”, disse a deputada. Esse modelo segundo ela, “é induzido pela televisão, que motiva o cidadão a trocar de celular a toda hora e também de automóvel, ou a usar roupas de marca”.
Para Érica Kokay, a frustração de ficar à margem desse processo leva os filhos de famílias pobres “a se embrenharem no vício, pois vêm de um modelo educacional precário”. De acordo com a parlamentar, 74% dos que morrem em consequência do uso de drogas são negros e os menores detentos no Distrito Federal também são negros, em sua maioria. “A polícia não os protege dos traficantes”, afirmou.
O secretário da Juventude do Distrito Federal, Fernando Nascimento, afirmou que o rap (discurso rítmico com rimas e poesias que surgiu entre as comunidades negras dos EUA; é um dos pilares da cultura hip-hop) “está sendo o caminho que leva à cultura popular, pois emana do povo”. O caminho para coibir o uso de drogas como o crack, segundo ele, é mostrar aos jovens um caminho melhor.
As drogas “estão dizimando muitas famílias e os jovens que se expressam pelo rap como estilo musical falam o que nós, muitas vezes, gostaríamos de falar e não temos coragem”, disse a pastora evangélica Marli Assis. “É a sua forma de desabafo, numa linguagem fácil de entender. A ciência não acredita na recuperação, mas nós da sociedade civil sim”, acrescentou.
Diversos rappers participaram do encontro. O rap Gog, de Brasília, disse que já houve muito preconceito contra essa forma de expressão, que vem da periferia, mostrando que o brasileiro quer manter a essência de se expressar”. Para Gog, a cocaína “por sí só já é complicada. O crack então é 50 vezes mais perigoso, por isso o hip-hop precisa assumir o papel de quebrar esse ciclo”.
O rapper Mano Brown, de São Paulo afirmou que “o crack é uma forma eficaz de matar, ao mesmo tempo em que tudo conspira contra os pobres. Eles são vítimas nos hospitais, nas ruas, quando estão na moto. A exclusão é um genocídio silencioso e o jovem pobre sofre a pressão da frustração emocional familiar, social e ancestral”.
Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
“O apelo ao consumismo é uma das causas que leva o jovem à delinquência, pois ele só é respeitado se consumir”, disse a deputada. Esse modelo segundo ela, “é induzido pela televisão, que motiva o cidadão a trocar de celular a toda hora e também de automóvel, ou a usar roupas de marca”.
Para Érica Kokay, a frustração de ficar à margem desse processo leva os filhos de famílias pobres “a se embrenharem no vício, pois vêm de um modelo educacional precário”. De acordo com a parlamentar, 74% dos que morrem em consequência do uso de drogas são negros e os menores detentos no Distrito Federal também são negros, em sua maioria. “A polícia não os protege dos traficantes”, afirmou.
O secretário da Juventude do Distrito Federal, Fernando Nascimento, afirmou que o rap (discurso rítmico com rimas e poesias que surgiu entre as comunidades negras dos EUA; é um dos pilares da cultura hip-hop) “está sendo o caminho que leva à cultura popular, pois emana do povo”. O caminho para coibir o uso de drogas como o crack, segundo ele, é mostrar aos jovens um caminho melhor.
As drogas “estão dizimando muitas famílias e os jovens que se expressam pelo rap como estilo musical falam o que nós, muitas vezes, gostaríamos de falar e não temos coragem”, disse a pastora evangélica Marli Assis. “É a sua forma de desabafo, numa linguagem fácil de entender. A ciência não acredita na recuperação, mas nós da sociedade civil sim”, acrescentou.
Diversos rappers participaram do encontro. O rap Gog, de Brasília, disse que já houve muito preconceito contra essa forma de expressão, que vem da periferia, mostrando que o brasileiro quer manter a essência de se expressar”. Para Gog, a cocaína “por sí só já é complicada. O crack então é 50 vezes mais perigoso, por isso o hip-hop precisa assumir o papel de quebrar esse ciclo”.
O rapper Mano Brown, de São Paulo afirmou que “o crack é uma forma eficaz de matar, ao mesmo tempo em que tudo conspira contra os pobres. Eles são vítimas nos hospitais, nas ruas, quando estão na moto. A exclusão é um genocídio silencioso e o jovem pobre sofre a pressão da frustração emocional familiar, social e ancestral”.
Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
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