Pichadores e grafiteiros


20120422111607344203uEpisódio revela que cidadão está mais vigilante
Os jovens em questão foram liberados no mesmo dia, na expectativa de que tenham aprendido e servido de exemplo aos demais praticantes dessa arte popular a lição de que os espaços públicos não são de quem chegar primeiro, mas regulados conforme o interesse da coletividade. Estarão no lucro, eles e toda a cidade, com o amadurecimento da compreensão de que não se admite mais a confusão entre a criatividade das mensagens do grafite e a sujeira ofensiva da pichação.

Detentora de constrangedora fama pela sujeira estampada em suas paredes e muros, Belo Horizonte começa a esboçar reação aos pichadores, que, contrariando a legislação ambiental em vigor, já deixaram assinaturas de mau gosto por quase toda a cidade. No domingo, moradores de uma praça que fica sobre o túnel do Complexo da Lagoinha, ao perceber a ação de jovens munidos de várias latas de tinta spray na face limpa e recém-recuperada de uma quadra de skate, telefonaram para a Polícia Militar. Não é de hoje que se cobra da população mais do que reclamação. Como é impossível contar com um guarda em cada quarteirão, somente com a participação direta dos cidadãos, denunciando prontamente comportamentos irregulares que agridem a sociedade e prejudicam a cidade, as autoridades serão capazes de garantir o cumprimento das leis.
20120612104103893455i20111104071904335894o
Melhor ainda foi a pronta e eficaz ação dos policiais da 20ª Companhia do 16º Batalhão da Polícia Militar, que, depois de observar o que faziam os jovens, apreenderam três adolescentes de 16 anos e um adulto de 19, estudante de engenharia ambiental. A julgar pelo que já tinham desenhado no muro, não eram exatamente pichadores, mas grafiteiros. O problema é que, pichadores ou não, eles não tinham autorização da prefeitura para estampar suas mensagens no espaço público. Por isso, os policiais corretamente os detiveram e apreenderam todo o material que usavam, até que o caso fosse mais bem esclarecido.
A praça que foi palco desse evento passa por processo de revitalização pelo poder público, com dinheiro dos impostos recolhidos de todos os moradores da cidade, para se tornar uma área de lazer à disposição da comunidade à sua volta. A ação dos moradores, que não têm a menor obrigação de saber corretamente a diferença entre pichação e grafite, foi a dos cidadãos conscientes de que a cidade lhes pertence e de que também lhes cabe papel no zelo pela sua limpeza e conservação.
Graf
Ao deter os jovens grafiteiros, a ação policial nada mais fez do que dar a eles o sinal de que o tempo em que cada um fazia o que bem lhe agradava, ainda que isso prejudicasse outros moradores e, não raro toda a cidade, vai aos poucos ficando no passado incivilizado. O país tem ainda muito a avançar no aperfeiçoamento de suas regras de convivência e, mais ainda, na motivação de cada um para o interesse coletivo. É lenta a tramitação de uma emenda a uma lei federal garantindo a descriminalização do grafite sob certas condições (se devidamente autorizado por se destinar a valorizar o patrimônio público ou privado). Mas BH já conta com um decreto que libera o grafite feito em tapumes, desde que autorizado por setor competente da prefeitura.
dc453bfa40b5b77b59aac0b88e690206
Os jovens em questão foram liberados no mesmo dia, na expectativa de que tenham aprendido e servido de exemplo aos demais praticantes dessa arte popular a lição de que os espaços públicos não são de quem chegar primeiro, mas regulados conforme o interesse da coletividade. Estarão no lucro, eles e toda a cidade, com o amadurecimento da compreensão de que não se admite mais a confusão entre a criatividade das mensagens do grafite e a sujeira ofensiva da pichação.
############################################



Nenhum comentário: