foto3_07042013012204Parceria.Proposta do Color+City é conectar quem quer pintar com quem tem espaços urbanos para doar
Lançada a menos de um mês, plataforma já soma mais de 340 cadastros no país

Sair da ilegalidade. Thiago Alvim pretende se cadastrar para conseguir pintar mais espaços em BH
Sair da ilegalidade. Thiago Alvim pretende se cadastrar para conseguir pintar mais espaços em BH
Fumaça, poluição e muitos prédios são características de grandes metrópoles que acabam se tornando, predominantemente, cinzas. Porém, esse tom está prestes se transformar com a chegada de mais cores e desenhos vibrantes. Há menos de um ano, Gabriel Pinheiro e Victor Garcia idealizaram o projeto Color+City, que pretende conectar artistas e pessoas que se interessam por algum tipo de expressão urbana e que doariam seus muros para deixar as cidades mais alegres. Lançado a menos de um mês, o projeto já conta com mais de 213 muros reservados, 112 muros disponíveis e 22 muros pintados em todo o Brasil.
A ideia começou a sair do papel quando os entusiastas da arte urbana apresentaram a proposta do projeto à Flag – holding de empresas criativas -, que resolveu abraçar a ideia e buscar uma parceria com o Google.
Juntos, eles desenvolveram essa plataforma para conectar quem quer com quem vai colorir as cidades. “Começamos por São Paulo, mas essa é uma plataforma independente que poderá chegar a qualquer lugar do mundo. Por isso, o principal objetivo do projeto é tornar essa conexão mais rápida e democrática”, afirma Pinheiro.
Cadastro. Com um simples cadastro por intermédio de suas contas no Google+, os interessados em participar devem entrar no site e clicar em “Doar um espaço” ou “Quero pintar”. O serviço usa o Google Maps para mostrar onde existem muros disponíveis, reservados e já pintados. “Depois de o artista reservar o muro doado, o site automaticamente manda uma resposta conectando o dono do muro e o artista. Com isso, eles podem escolher os desenhos e combinar o que vai ser feito e quando”, conta Pinheiro.
Para a diretora da Flag, Luísa Bernardes, o projeto vai transformar as cidades em verdadeiras galerias a céu aberto. “A plataforma tenta fomentar isso em qualquer cidade. Levar mais arte para deixar o cotidiano mais leve”, disse.
O artista urbano Thiago Alvim, 24, pretende se cadastrar, porque vê no projeto uma oportunidade de conseguir espaços para pintar a sua arte fora da ilegalidade. “Toda metrópole tem um quê de fumaça, poluição, carro, motores, barulho. É um cenário meio caótico. Com certeza, o grafite faz uma transformação visual no dia a dia da cidade e das pessoas. Seja em um trabalho colorido ou em preto e branco a imagem quebra a rotina e dá uma enfeitada”, acredita.
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FACILIDADES
Custos podem ser negociados
Um clique e alguns e-mails depois e um antigo projeto do grafiteiro Guilherme Matsumoto (Xguix), 26, irá ganhar vida. Logo no primeiro contato com a plataforma Color+City, Xguix já conseguiu encontrar um muro para expor a sua arte.
“Achar um espaço é complicado e as vezes a gente tem que bater de porta em porta. A plataforma funciona bem direitinho e logo quando entrei no site me interessei pelo muro. Já estou pensando em reservar outro espaço”, afirma.
O grafiteiro conta que, devido ao tamanho do espaço a ser pintado, em contato com o proprietário do muro, eles acabaram negociando o custeio da tinta.
Para o empresário paulista Estevam Romera, que doou o muro da agência de design gráfico para ser pintado, a experiência veio de encontro a uma busca que já durava mais de um ano e meio. “Desde que mudamos para esse endereço, queríamos um espaço para contar para as pessoas que tínhamos esse espaço disponível, mas faltava a ferramenta. Logo no mesmo dia em que me cadastrei recebi a proposta de três pessoas. A autorização é o principal benefício para os dois lados e especialmente para mim. Acho que esse tipo de trabalho valoriza a cidade trazendo mais cor”, conta Romera, que, daqui a quatro meses, pretende colocar o muro à disposição novamente. (LM)
Ideia valoriza grafite e dá possibilidades
Com vários projetos espalhados por Belo Horizonte e outras cidades do país, o artista urbano Thiago Alvim acredita que, em geral, falta qualidade nos desenhos. “Grande parte é pelo fato de os artistas terem que pintar rápido para não serem pegos. Com essas autorizações a quantidade de espaços pode aumentar e a arte pode ser mais valorizada”, diz.
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Já uma das apoiadoras do Color+City vê para o projeto possibilidades que vão além dos artistas. “A ideia é que seja totalmente aberto. Pode acontecer, inclusive, de uma professora reservar um muro doado e levar uma turma de crianças para pintar. O que nós queremos é colocar mais cor na cidade e trazer mais alegria e diversão para a vida das pessoas”, afirma Luísa Bernardes.(LM)
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