No dia 1 de Maio de 1886, por convocação da Federação dos Trabalhadores dos Estados Unidos e do Canadá, milhares de trabalhadores lançaram-se a uma greve geral e a manifestações de rua para lutar pela redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias.
Vinte anos antes o Congresso da 1ª Internacional tinha inscrito essa bandeira em seu programa de lutas, compreendendo que a redução da jornada era condição indispensável ao êxito do esforço emancipador. As manifestações dos Estados Unidos foram ferozmente reprimidas pelas forças do capital. Espancamentos, prisões e assassinatos vitimaram centenas de pessoas, principalmente em Chicago. Oito dirigentes operários foram presos, cinco dos quais condenados à morte, dois a prisão perpétua e um a 15 anos de prisão.
Os mártires de Chicago, passaram à História como os primeiros heróis desta luta fundamental dos trabalhadores, que tem caráter libertador. Anos depois, o 1° de Maio foi internacionalizado, por decisão de um congresso socialista realizado em Paris. Pela primeira vez, em 1890, o 1° de Maio é comemorado simultaneamente em todo o mundo, transformando-se assim no Dia Internacional dos Trabalhadores.
Dia de luta, dia da luta de classes, do trabalho contra o capital. Naquela altura, já estava em plena ação o movimento operário consciente e organizado, provado em duros combates e batalhas do proletariado que crescia e se concentrava, na mesma medida em que se expandia o capitalismo. Nos principais países capitalistas surgiam e reforçavam-se os sindicatos, os partidos operários e expandia-se o movimento socialista internacional, que se orientava pelas ideias libertadoras e científicas do Manifesto Comunista de 1848, redigido por Marx e Engels.
A partir da Revolução Socialista na velha Rússia em 1917, as comemorações do 1° de Maio celebravam igualmente o exercício do poder político pelos trabalhadores e eram momentos de luta e também de reflexão sobre o alcance estratégico das lutas da classe dos explorados e oprimidos e dos seus partidos por uma nova sociedade, organizada a partir da emancipação dos trabalhadores e do exercício do poder político por estes.
A vigência do sistema econômico e político do imperialismo introduziu questões novas na luta dos trabalhadores – a luta econômica e social, além de entrelaçar-se com a luta política por um novo poder, socialista, ganhou novos contornos com os combates antiimperialistas, pela paz e pela libertação nacional e social dos povos e nações oprimidos pelo poder dos monopólios e potentados internacionais. Estes passaram a ser também os lemas das comemorações do 1° de Maio em todo o mundo.
A burguesia e seus aliados no movimento operário, ajudados por uma mídia mentirosa e uma indústria cultural degenerada e retrógrada, hoje tudo fazem para retirar do Primeiro de Maio sua conotação política, combativa e classista, transformando a data maior do movimento operário num feriado anódino ou num momento de conciliação com os exploradores e opressores.
Mas porque o tempo não para e a realidade é inexorável na sua tendência a contrariar as vontades daqueles que lutam contra o desenvolvimento histórico, o Primeiro de Maio, apesar de tudo, continua sendo comemorado pelas forças do trabalho como um dia de luta. O capitalismo, enredado em insanáveis contradições, vive crises de conseqüências terríveis para os trabalhadores. Como sempre, o instinto animal dos exploradores, leva-os a atirarem sobre os ombros de quem trabalha os efeitos mais deletérios dessa crise. Mais e mais o capitalismo se revela um “sistema superado”, como assinala o Programa do PCdoB aprovado no 12° Congresso no ano passado, incapaz de assegurar justiça, progresso, desenvolvimento, independência nacional, democracia, estabilidade e paz. Nessa medida, objetivamente o socialismo vai aparecer como a solução de fundo aos olhos dos trabalhadores.
No Brasil, também foi pontilhada de lutas e atos heróicos a história das celebrações do Primeiro de Maio. Nos últimos anos, a data tem sido um momento especial para reforçar a unidade dos trabalhadores no combate por históricas reivindicações, dentre as quais sobressai a luta, mais atual do que nunca, pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, cuja conquista é um dos pressupostos para alcançar uma vida digna para os trabalhadores e impulsionar o projeto nacional de desenvolvimento, elo da luta pelo socialismo no Brasil.
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