Cidade Hip Hop: Realidades em diálogo


CIDADE-HIP-HOP1Com o tema Para Além do Território, Cidade Hip Hop chega à terceira edição, a partir de hoje, no Espaço 104
Por: Ludmila Azevedo

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Edi Rock faz parte do grupo mais importante do rap dos últimos tempos, os Racionais MC´s. Começou sua trajetória nos bailes de periferia e lançou seu primeiro CD em 1999.
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O belo-horizontino Das Quebradas (DQ) vem da periferia da capital e produz letras com crítica social, sem deixar de lado o som de pista no qual se misturam estilos como funk, reggae e black music
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Montagem da exposição de grafite no Espaço Cento e Quatro
Nilo Zack tem trabalhos espalhados pelo centro da cidade
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Por causa de iniciativas como o Duelo de MC’s, as intervenções de grafite cada vez mais constantes nos muros e festivais como o Cidade Hip Hop, manifestações artísticas antes marginalizadas, estão sendo cada vez mais discutidas e incorporadas à realidade da maioria dos belo-horizontinos. Nesse sentido, pensar para além do território, mote do Cidade Hip Hop – que começa hoje e vai até domingo no Espaço Cento e Quatro –, é dar um passo à frente.
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“Tratam-se de diálogos universais. Assim como a cidade é do diferente, do conflito, vamos levar essa diversidade como uma forma de traduzi-la no evento”, explica Rômulo Silva, organizador do Cidade Hip Hop.
Silva reconhece que o momento é dos mais profícuos para uma militância que vem fazendo há mais de 15 anos. “O movimento também está se abrindo. No caso do festival, queremos que o público amplie suas vivências, oferecendo possibilidade de quem não é ligado no hip hop, poder interagir com seus elementos. Queremos contribuir para essa acessibilidade”.
O organizador destaca a centralização do evento num único espaço como um dos maiores feitos desta edição. “São possibilidades que se ampliam. O rap possui uma linguagem muito expressiva. O Eduardo, por exemplo, que é uma referencia dentro do estilo e da literatura, fará o PapoRap. Ao mesmo tempo, teremos shows e apresentações de DJs, unindo reflexão e diversão”, analisa.
Para Silva, a consolidação do Cidade Hip Hop se dá à medida que a organização vem sendo cada vez mais requisitada para abarcar expressões artísticas de raiz ou que apenas tangenciam a cultura hip hop. “O que prova que nossa ação é bem afirmativa. Os artistas nos enxergam como um espaço de legítima expressão”, orgulha-se.
Amplitude. A programação musical procura sintetizar a abrangência da música negra produzida no país, de acordo com o curador Roberto Raimundo. “Eu tentei trabalhar com os subgêneros do rap. É um estilo que contém o underground e o gangsta, por exemplo. E, no Cidade Hip Hop, temos artistas que bebem na fonte do soul afro beat, reggae e dub” explica.
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As atrações escaladas são: As Mina Pira, Coletivo Dinamite, Das Quebradas, Edi Rock, Fabrício FBC, Matéria Prima e Rael – haverá, ao longo dos dias, uma série de apresentações de DJs. “São várias gerações reunidas, desde o Edi Rock, que começou a carreira em 1984, ao Fabrício, que despontou em 2010. Tentamos suprir a carência de atividades do gênero no Brasil”, pontua.
Mesmo sendo o rap bastante popular e celebrizado entre público e crítica, Roberto atribuiu a escassez de festivais dedicados ao gênero a questões como “ausência de produtoras focadas no estilo, pouca mídia especializada e falta de investimento na área cultural”. O curador reitera que o Cidade Hip Hop se mantém pela vontade de artistas e coletivos de fazer acontecer, e pelo patrocínio por meio de leis de incentivo. “O Brasil tem mais de 200 casas para shows. Podemos ter mais espaço, mais abertura, mas ainda assim o momento é positivo”, avalia ele.
Viber e Zack
Fique ligado
O curador Roberto Raimundo aponta algumas atrações imperdíveis na terceira edição do Cidade Hip Hop. O cantor e MC paulistano Rael, que terá uma estrutura de primeira para lançar seu novo álbum em Belo Horizonte, e o Coletivo Dinamite, que confere ao rap outras sonoridades capazes de surpreender o público.
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