Um blog para discussão de temas pertinentes a Cena do Hip Hop em toda a sua abrangência como forma de Cultura e instrumento de luta e afirmação.
Manifestação sem vândalos
Protestos que lotam as ruas não podem ser manchados pela minoria. É certo que eles são minoria e não devem ser confundidos com o grosso dos manifestantes. Mas nem por isso podem ficar impunes. Precisam ser identificados, punidos e levados à execração pública, não apenas pelos danos ao patrimônio alheio, mas também por terem atirado contra a democracia.
O Brasil voltou a sentir orgulho de sua juventude que, desmentindo todas as suposições e até estudos profundos de especialistas, foi às ruas protestar, primeiro contra o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo, depois pela péssima qualidade do transporte público. Em seguida, engrossou o movimento com mais gente e mais bandeiras de insatisfação, lotando ruas, avenidas e praças nas principais cidades brasileiras. Muita coisa que vinha povoando o desgosto das pessoas nos últimos anos entrou na lista, como as humilhantes filas do serviço de saúde, a cachoeira de denúncias de corrupção, as macabras estatísticas de mortos e feridos nas rodovias precárias, tudo sob a alegação da escassez de verbas, apesar dos gastos exorbitantes com a construção a toque de caixa de monumentais estádios, mesmo em cidades em que os melhores times não alcançam as divisões de elite do futebol brasileiro.
Melhor ainda foi constatar que os cerca de 250 mil que foram às ruas, a maioria jovens, não foram recrutados por partido algum. Pelo contrário, repeliram as toscas tentativas de agremiações políticas que tentaram pegar carona na energia contagiante dos manifestantes que fizeram da segunda-feira um dia inesquecível. “Desculpem o transtorno. Estamos mudando o Brasil”, dizia uma das faixas levadas por jovens que demonstravam saber que faziam algo para ficar marcado na história de cada um e de todo o país. Os protestos, face às vezes incômoda, mas sempre saudável da democracia, foram claramente mobilizados pelas redes sociais da internet com o propósito de chamar a atenção das autoridades, todas elas, e dos políticos para o esgotamento da paciência da cidadania em relação à falta de soluções para velhas questões. São problemas revoltantes, mas nem por isso os manifestantes pretendiam tirar sua mobilização da condição de protesto pacífico, até porque essa é uma das condições que o tornam respeitável.
Mas foi aí que apareceram os vândalos, os baderneiros, os incivilizados, sempre prontos a manchar com a sua estupidez tudo que a boa-fé produz. São eles que provocam a reação violenta – nem sempre justificável – dos policiais chamados a guardar bens públicos, bem como a garantir o mínimo de segurança e mobilidade para os cidadãos não envolvidos nas manifestações. Em Brasília, tentaram levar sua fúria destruidora para o espaço interno do Congresso. No Rio de Janeiro, agiram como um bando de selvagens descontrolados ao violarem e depredarem parte do histórico prédio da Assembleia Legislativa, causando ao povo prejuízo calculado em R$ 2 milhões, além de invadirem e roubarem comida de um restaurante, com dano de valor inestimável à imagem da Cidade Maravilhosa. Em Belo Horizonte, apedrejaram lojas na Região da Pampulha, e em Porto Alegre, incendiaram um ônibus. Ontem, em São Paulo, voltaram a aprontar em frente à prefeitura.
É certo que eles são minoria e não devem ser confundidos com o grosso dos manifestantes. Mas nem por isso podem ficar impunes. Precisam ser identificados, punidos e levados à execração pública, não apenas pelos danos ao patrimônio alheio, mas também por terem atirado contra a democracia.
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