Protestos sem baderna


20130620103113734271aA gratuidade nos ônibus urbanos não é praticável.Não existe almoço gratuito. Se alguém está comendo qualquer coisa sem pagar, existirão sempre aqueles que estão pagando por isso.
José Eloy dos Santos Cardoso
Professor e jornalista

Não existe almoço gratuito. Se alguém está comendo qualquer coisa sem pagar, existirão sempre aqueles que estão pagando por isso. Protestos contra os custos de construção de estádios de futebol e pedidos de obtenção de passes livres nos transportes urbano, como em trens, ônibus e metrô, podem ser até legítimos; os vandalismos e badernas jamais. A cidade de Agudos, no interior de São Paulo, há dez anos não cobra tarifas nos transportes coletivos urbanos. Os 34 mil habitantes de lá transitam de graça nos 16 ônibus que formam a frota municipal. No entanto, o projeto foi possível após a dispensa de inúmeros funcionários públicos e outros cortes de despesas julgadas desnecessárias. Por mês, são gastos ali R$120 mil pelo município e a prefeitura administra isso diretamente sem a contratação de empresas.
Copa 2014 04
Os protestos brasileiros contra as Copa das Confederações neste ano e a Copa do Mundo no próximo ano são até legítimos. No entanto, são feitos tardiamente depois dos estádios prontos. Por que não foram feitos quando o ex-presidente Lula se comprometeu a realizar no Brasil a Copa do Mundo de 2014 sem fazer as contas dos custos e benefícios reais que poderiam trazer para nosso país esse evento mundial? Só depois de esses eventos terminarem poderemos fazer essa avaliação. Prometer uma coisa sem ter a certeza de seus benefícios além de seus efeitos populistas pode ser uma irresponsabilidade para a população depois pagar por isso.
Quanto ao passe livre ou a gratuidade nos transportes urbanos, é uma reivindicação impossível de ser realizada, além de irresponsável. Cidades como o Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e outras semelhantes jamais conseguiriam proporcionar essas benesses. A primeira e imediata pergunta que pode e deve ser feita aos defensores dessa absurda ideia é: quem irá pagar os custos desses imaginários benefícios? Nenhum estado ou município brasileiro de médio ou grande porte possui condições financeiras de arcar com essas astronômicas despesas. Os recursos do governo não são gratuitos. Eles são obtidos pelos impostos diretos ou indiretos e taxas pagas pela população.
Copa 2014 05
Custos como salários de motoristas, trocadores, despesas de manutenção da frota com combustíveis, lubrificantes, a reposição das depreciações dos veículos e os presumíveis recursos excedentes que poderiam ser reinvestidos na aquisição de veículos novos são astronômicos. Quando existe esse benefício, como no caso de Cuba, os transportes urbanos estão caindo aos pedaços e quem está sofrendo as consequências é a população em geral. No caso da Venezuela, com sua economia bolivariana, até papel higiênico está faltando para seu povo.
Populismos atuais estão caindo aos pedaços no mundo inteiro. A população precisa acordar para as realidades. O que essas propostas populistas irresponsáveis estão tentando é a simples tomada total do poder e a população que se dane. É bom pensar e analisar que os poucos benefícios de alguns nunca devem prevalecer sobre a população como um todo. Felizmente, a índole do brasileiro não permitirá jamais que o Brasil caia nessa esparrela, como diz a gíria popular.
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