Daniel*, que ficou internado durante poucas semanas na unidade masculina da Casa de Recuperação Água da Vida (Cravi), em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, nem parece ter 15 anos. Começou a usar maconha aos 7 anos e crack aos 9. De estatura baixa e mãos pequenas, o menino de feições bonitas tem lembranças confusas. Fala ter repetido a 3.ª série “sete vezes”, como se fosse possível. Diz que experimentou o crack duas ou três vezes, mas, felizmente, não gostou. “Me deu dor de cabeça”. Não conta muito da família. Morava com a tia antes de ir para a comunidade terapêutica. Não vê a mãe, que também era usuária de maconha e crack, nem os irmãos, mas a tia o informa sobre todos. Segundo as psicólogas, a tia se culpa por ter trocado de turno no trabalho e deixado o menino mais tempo sozinho. Teria sido depois dessa troca que ele passou a ficar mais tempo na rua e acabou entrando em contato com as drogas.
Na semana passada, perturbado por causa de uma conversa com a tia, Daniel acabou largando o tratamento e fugiu para casa. A psicóloga Caroline Fernanda Rocha teme que ele volte para o mesmo nível de dependência de antes.
*nomes fictícios
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