Homenagem do Instituto Zequinha Barreto
“Estamos em pleno mar” das desigualdades sociais,
Afundando no veleiro antigo da discriminação…
Chicoteando com os olhos os de costumes tribais
Indiferentes à fome, ao humano, aos desta nação.
“Estamos em pleno mar” de conflito ideológico,
Presos à mesma corrente do orgulho e preconceito,
Distraímos no mar do ego, do ciúme e “meu” direito,
Sem notar deveres, a fome, a sede, d’outro, é lógico.
“Estamos em pleno mar” loucos no tempo, sem tempo,
Atravessamos o dia, a avenida, só a alma d’outrem não.
Descuidamos do homem porque pensamos em aumento
As crianças não terão futuro na nossa nação, nem coração.
Quando um corpo cai assustamos, só por um instante.
Esquecemos, temos que ir buscar e esmagar o porvir…
Escravizamos nosso ser, o ter, o viver, o modo elegante.
Pisamos, estupramos, abusamos da vida sem sentir.
“Estamos em pleno mar” das cotas, das notas, das mortas…
Crianças pelo crack, sem rumo, sem sina, sem nada.
Jogamos a âncora no dinheiro, no crédito, no cartão,
Na loteria, na correria, na fantasia, na depressão.
Do negro vemos pigmentação, do índio, nem a cultura,
Do branco, só a pele, do oriental, piada tradicional,
Do pobre a ignorância. Do rico achamos que o ter é a cura…
Por que mínimas diversidades, preconceitos criaram esse mal?
“E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem”
Se formos assim, então Deus é um ser todo colorido.
Com sentimento, paixões, ilusões, vontades e amigos.
É dia de termos uma consciência que somos humanos.
Consciência que somos humanos… Humanos!
Iguais a ele, a nós, a vós, a “eu”, a “tu”, a todos.
Consciência negra, branca, indígena e das etnias.
de Daniel Rosa da Silva
Americana - SP
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