O movimento negro brasileiro precisa de maior unidade para garantir conquistas históricas importantes como o sistema de cotas nas universidades e para combater o preconceito racial no trabalho. A análise é do ex-senador Abdias Nascimento, um dos precursores da luta pela igualdade racial no país e que aos 96 anos de idade continua atento aos acontecimentos.
“Uma das coisas que faz falta – e que realmente é uma ausência importante e muito necessária – é a unidade dos negros. É difícil fazer isso, mas as lideranças negras têm feito o possível”.
Abdias alertou para a necessidade de se garantir a aplicação do sistema de cotas nas universidades, conquista recente, mas ainda não universalizada pelo ensino superior.
“A vigilância [na aplicação das cotas] é necessária sempre. A liberdade exige que as comunidades destituídas estejam sempre alertas e sempre em ação. Não pode descansar, achar que já está tudo feito. É preciso luta, que a comunidade esteja alerta para conseguir além das cotas. Por exemplo, a garantia de emprego.”
A luta contra o preconceito racial no comércio foi justamente a primeira ação política de Nascimento, na década de 30. Segundo ele, passados 80 anos, o problema persiste. “Ainda há muita discriminação de toda a forma. O comércio em geral ainda tem discriminação e exclui o negro. É preciso mobilização, porque o racista está envolto nas dobras da sociedade”.
Nascido em 1914, quatro anos após a Revolta da Chibata, quando os marinheiros se insurgiram contra os castigos físicos aplicados na Marinha, Abdias reconheceu que sua trajetória de vida foi influenciada pela atitude de João Cândido, líder do movimento que passou à história como o Almirante Negro.
“Ela deixou de dar legitimidade ao castigo corporal ao ex-escravo, que continuava recebendo castigo de escravo. Foi um fenômeno bastante importante. João Candido me influenciou, pois deixou de ser legítimo alguém dar chicotada em negro”.
Abdias admitiu que houve avanços na luta contra a discriminação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas ressaltou que ainda há muita coisa a ser feita. Para ele, a responsabilidade agora está nas mãos das novas gerações.
“Olhem para o exemplo de Zumbi dos Palmares e sigam em frente. Não pensem que está tudo feito e conquistado. Tem muita coisa a ser vencida e isso depende da juventude que está aí”.
Perguntado se, depois de tantos anos de luta contra a discriminação racial no país, se sentia um vitorioso, o líder negro respondeu: “Eu não me sinto um vitorioso, mas a raça negra sim”.
“Uma das coisas que faz falta – e que realmente é uma ausência importante e muito necessária – é a unidade dos negros. É difícil fazer isso, mas as lideranças negras têm feito o possível”.
Abdias alertou para a necessidade de se garantir a aplicação do sistema de cotas nas universidades, conquista recente, mas ainda não universalizada pelo ensino superior.
“A vigilância [na aplicação das cotas] é necessária sempre. A liberdade exige que as comunidades destituídas estejam sempre alertas e sempre em ação. Não pode descansar, achar que já está tudo feito. É preciso luta, que a comunidade esteja alerta para conseguir além das cotas. Por exemplo, a garantia de emprego.”
A luta contra o preconceito racial no comércio foi justamente a primeira ação política de Nascimento, na década de 30. Segundo ele, passados 80 anos, o problema persiste. “Ainda há muita discriminação de toda a forma. O comércio em geral ainda tem discriminação e exclui o negro. É preciso mobilização, porque o racista está envolto nas dobras da sociedade”.
Nascido em 1914, quatro anos após a Revolta da Chibata, quando os marinheiros se insurgiram contra os castigos físicos aplicados na Marinha, Abdias reconheceu que sua trajetória de vida foi influenciada pela atitude de João Cândido, líder do movimento que passou à história como o Almirante Negro.
“Ela deixou de dar legitimidade ao castigo corporal ao ex-escravo, que continuava recebendo castigo de escravo. Foi um fenômeno bastante importante. João Candido me influenciou, pois deixou de ser legítimo alguém dar chicotada em negro”.
Abdias admitiu que houve avanços na luta contra a discriminação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas ressaltou que ainda há muita coisa a ser feita. Para ele, a responsabilidade agora está nas mãos das novas gerações.
“Olhem para o exemplo de Zumbi dos Palmares e sigam em frente. Não pensem que está tudo feito e conquistado. Tem muita coisa a ser vencida e isso depende da juventude que está aí”.
Perguntado se, depois de tantos anos de luta contra a discriminação racial no país, se sentia um vitorioso, o líder negro respondeu: “Eu não me sinto um vitorioso, mas a raça negra sim”.
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