Miscigenação dificulta padronização de roupas

O nordestino é baixinho, tem traços de negros e de índios, enquanto o sulista é alto, devido às origens europeias, certo? Não é bem assim. Especialistas acreditam que, dada a miscigenação que marca o país, o Brasil conta com diversos tipos físicos, ainda difíceis de definir.

A tese será testada por uma pesquisa antropométrica prevista para começar neste semestre, a cargo do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Rio de Janeiro. As entidades farão levantamentos separadamente, com ferramentas distintas, e depois irão comparar os dados recolhidos. O resultado consolidado, que só deve ficar pronto em 2012, poderá modificar medidas presentes nas normas de padronização do vestuário.

"Queremos chegar a definições de manequim que representem de fato os diversos grupos de brasileiros: as várias etnias, classes sociais e nichos de medidas especiais", diz o professor Gerson Pereira Abranches, do Senai-RJ, que utilizará em seu levantamento um scanner de corpos de luz branca. Só no Rio, onde o Senai dará partida ao trabalho, serão analisadas 2.500 pessoas, além de outras 7.500 em todo o país.

Já o INT vai fazer uso de uma tecnologia de raio laser. "Vamos colher informações sobre o corpo da população economicamente ativa em três dimensões", afirma Maria Cristina Zamberlan, chefe do Laboratório de Ergonomia do instituto. "Não se pode afirmar que o nordestino é pequeno e que o cara do Sul é grande: só a partir de uma pesquisa antropométrica poderemos fazê-lo."

(Maria Carolina Maia)

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