“Enquanto a arte urbana ganha força, vamos descobrindo o que poderia ser uma arte rural. Foi dentro das cavernas, afinal, que toda essa história começou”
Por: DANIEL TOLEDO
Moradores de áreas rurais são os principais públicos do trabalho
Nascido e criado entre as cidades de Ouro Preto e Mariana, Dinho Bento teve seus primeiros contatos com o grafite no final da adolescência, por meio de revistas que, àquela altura, circulavam de mão e mão. Impulsionado pela rigorosa política patrimonial que protege a arquitetura de ambos os centros históricos, ele costumava frequentar regiões periféricas das cidades para realizar seus primeiros experimentos com o spray.
“Por conta dessas condições muito específicas, desde sempre trabalhamos em lugares mais distantes, assim como construções abandonadas e bairros novos que não fossem controlados pela política patrimonial das cidades”, relembra o artista, que realizou seu primeiro grande trabalho de grafite a partir de uma parceria com a Prefeitura de Mariana.
“Assim que foi construída a pista de skate da cidade, entramos em contato com o Secretário de Esportes pedindo autorização para pintá-la”, conta o artista, formado pela Fundação de Artes de Ouro Preto (FAOP) e aluno da Escola Guignard.
Para além da série “Escondidos”, que, garante, ainda deve render outras criações, o artista tem desenvolvido trabalhos mais comerciais em pintura e gravura, assim como murais e painéis relacionados a diferentes contextos de produção.
“Nesse ano, por exemplo, fui convidado para participar da decoração do Carnaval de Ouro Preto, pintando os tapumes de alguns edifícios que estão sendo restaurados. Além disso, já criei trabalhos para espaços tão distintos quanto uma escola municipal de Mariana, o Palácio das Artes e o Mercado das Borboletas”, exemplifica Dinho, que aponta o escultor inglês Andy Goldsworthy, importante nome da arte contemporânea internacional, como uma de suas principais referências.
“Enquanto a arte urbana ganha força, vamos descobrindo o que poderia ser uma arte rural. Foi dentro das cavernas, afinal, que toda essa história começou”, brinca.
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