Negros continuam em situação desfavorável no mercado em SP, revela Dieese


Além de as jornadas de trabalho serem normalmente mais extensas, a maioria dos negros está em ocupações mais frágeis, seja pela forma de contratação, seja pela inserção em postos de baixa qualifica

Desirèe Luíse

De São Paulo, da Radioagência NP


O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou, nesta quarta-feira (18), a pesquisa "Os negros no mercado de trabalho da região metropolitana de São Paulo”. Os resultados mostram que a desigualdade entre negros e não-negros diminuiu, mas ainda permanece em níveis elevados.


Entre 2004 e 2008, a proporção da População Economicamente Ativa (PEA) negra aumentou 6,5%. Em contrapartida, a PEA não-negra cresceu apenas 4%. Mas, o Dieese afirmou que outras comparações reafirmam a inserção desfavorável dos negros no mercado de trabalho.


Apesar de a população negra participar com pouco mais de um terço da PEA, sua proporção no número de desempregados da região metropolitana de São Paulo correspondeu a cerca de 44% em 2008.


Segundo o Dieese, além de as jornadas de trabalho serem normalmente mais extensas, a maioria dos negros está em ocupações mais frágeis, seja pela forma de contratação, seja pela inserção em postos de baixa qualificação. Estas são as razões para as diferenças de rendimentos por hora trabalhada. Entre negros, o rendimento médio é de R$ 4,60 e entre os não-negros de R$ 8,20.


A distribuição da massa de rendimentos do trabalho também ilustra a situação desigual, ressalta o Dieese. Enquanto os negros apropriavam-se, em 2008, de apenas 24% do total da massa, os não-negros ficam com 76%. A mulher negra participava com 9% desse total, já a não-negra com 27%.

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