Apesar do título, as reais homenageadas não sabiam que haviam sido contempladas
ERIK OAKES - GAZETA ONLINE
A Associação de Paneleiras de Goiabeiras (APG) ganhou reconhecimento internacional. Agora, o grupo possui o certificado 2010 Best Practices - Dubai International Award for Best Practices to Improve the Living Environment (2010 Melhores Práticas - Prêmio Internacional de Dubai para Melhores Práticas para Melhoria das Condições de Vida), distribuído pelo Município de Dubai, dos Emirados Árabes Unidos, e a Organização das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (UN-HABITAT).
O trabalho realizado pela Associação, que tem o apoio da Secretaria de Cultura de Vitória, foi classificado nas categorias Engajamento Cívico e Vitalidade Cultural, Respeito à Diversidade Cultural, Redução da Pobreza, Geração de Trabalho e Renda, Geração de emprego, Igualdade de Gênero e Inclusão Social, Poderes de decisão para as Mulheres.
A iniciativa foi incluída num banco de dados internacional e, junto com outras, está acessível à pesquisa. As implicações políticas e lições de Melhores Práticas são, ainda, incluídas no guia Estado das Cidades no Mundo - Relatório Cidades e no Relatório Global sobre Assentamentos Humanos.
Além disso, um selo de qualidade foi estabelecido para os utensílios de barro. Os resultados incluem aumento da produção e maior renda para famílias, com maior valorização deste ofício pela sociedade, e o reconhecimento e valorização da sua auto-estima entre esses ceramistas.
As paneleiras
A APG foi criada em 1987 no bairro de Goiabeiras, que é um dos mais densamente povoados de Vitória. Seus principais objetivos são afirmar o ofício de oleiro, refletindo uma tradição indígena que se estende por quatro séculos entre os Tupi-Guarani e Una, tribos indígenas, promovendo o desenvolvimento econômico local e preservando a identidade cultural da região.
Atualmente 120 membros fazem parte da Associação, dos quais 80% são mulheres. O grupo existe para proteger estes trabalhadores, defender seus interesses e proporcionando-lhes condições de trabalho exigidas pelo seu ofício: fazer panelas de barro à mão, ao ar livre e coloridas com tanino, utilizando os recursos naturais de forma sustentável através de técnicas adequadas extrativistas que preservam o meio ambiente.
Um programa de educação ambiental focado na coleta sustentável do tanino e a aquisição de direitos de extração de argila no Vale do Mulembá também estão ajudando a preservar o ecossistema local.
Em 2002, esta prática foi registrada no Livro do Conhecimento - Ofício Paneleiras como parte do Patrimônio Cultural do Brasil, e agraciada com o Prêmio Top 100 de Artesanato, em 2006, pelo Sebrae.
Com informações da Secretaria Municipal de Cultura de Vitória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário