Embaixadores da paz no território do conflito


Conheça a vida das pessoas que vão aonde o poder público não chega
“Uma sociedade só avança quando entendemos que é preciso caminhar juntos, com respeito e dignidade” Ice Band, rapper

Jefferson da Fonseca Coutinho
Destinos domados pela música
Hudson Carlos de Oliveira, o rapper “Ice Band”, de 42 anos, é outro que já visitou os porões do inferno. Depois de tempos conturbados de envolvimento com o crime, de pagar pelos erros cometidos e quase perder a vida em situações de terror e morte, o artista é hoje exemplo de transformação e inspiração em Minas Gerais. Premiado, Ice Band comanda o projeto Hip Hop Educação para a Vida em diversas comunidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Desde 2010, cerca de 4 mil crianças de 30 escolas públicas já ouviram o rapper contar e cantar a própria sorte. Hudson, “sobrevivente de guerra”, não esconde as duras marcas do passado, gravadas a ferro e fogo no próprio corpo.

“Não quero que as pessoas mudem porque eu quero. Elas precisam mudar porque elas querem mudar. A escolha é de cada um e o nosso trabalho e tentar fazer com que elas conheçam melhor a realidade”, diz. Para o arte-educador, “uma sociedade só avança quando somos capazes de entender que é preciso caminhar juntos, com tolerância, respeito, dignidade, valorizando a vida, a sensibilidade e os pequenos gestos que nos humanizam”. Além da música, Ice Band, no Aglomerado da Serra – assim como Marcilene, em Ribeirão das Neves –, comanda projeto de futebol desde 1997. “Contrariando as estatísticas do Brasil, estou vivo e trabalhando muito para que outras pessoas sobrevivam também. No futebol, o que eu digo é : ‘faça um gol pela vida’. É um trabalho permanente de mediação de conflitos”, pontua.

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