Preso o maior pichador de BH


Autor de inúmeros atos de vandalismo, homem que era procurado por tráfico foi detido depois de escrever Ronadinho nas costas da estátua do Cristo Redentor do Barreiro
Por:Thiago Lemos

Pelo menos por um bom tempo a carreira de pichador de Michael Antônio Silva Azevedo, de 32 anos, dono de uma extensa ficha criminal da qual constam assaltos e tráfico de drogas, será interrompida. Michael foi preso ontem de madrugada quando pichava a estátua do Cristo Redentor no Bairro Milionários, na Região do Barreiro, e, como havia um mandado de prisão em aberto contra ele por tráfico de entorpecentes, o autor do ato de vandalismo permanecerá preso.

Autor da frase “prenda-me se for capaz”, pichada há cerca de um ano na fachada de um prédio da Avenida Amazonas, no Bairro Nova Suíssa, Região Oeste, o traficante foi preso pela Guarda Municipal e pela Polícia Militar depois de escrever nas costas da estátua os dizeres “Ronadinho 49”, numa referência ao jogador Ronaldinho Gaúcho, recém-contratado pelo Atlético Mineiro.
De acordo com a delegada Cristiane Moreira, da Divisão Especializada de Proteção ao Meio Ambiente, Michael era um dos pichadores mais ativos de Belo Horizonte e começou a praticar atos de vandalismo ainda na adolescência, ao mesmo tempo em que cometia outros crimes como saidinhas de banco e venda de drogas. A polícia avalia que o pichador começou a atuar na capital no final da década de 1990 e desde então deixou sua marca em inúmeros locais de Belo Horizonte. Depois de cumprir quatro anos de prisão por assalto a mão armada, o pichador tornou-se ainda mais atuante.
Desde a época em que fez a pichação que desafiava a polícia a prendê-lo, Michael passou a ser procurado com mais intensidade e pelo menos uma vez esteve prestes a ir para a cadeia, mas graças a um documento falso não foi detido. Há cerca de três meses, surpreendido pela PM quando pichava um prédio, ele apresentou uma carteira de habilitação com o nome de Willy César Azevedo, seu irmão. Os policiais não o reconheceram e ele acabou solto.

Ontem, Michael apresentou o mesmo documento, mas desta vez seu golpe foi descoberto. Reconhecido pelos policiais militares e pelos guardas municipais que participaram das buscas na Região do Barreiro, ele foi preso em flagrante. No momento da prisão, não se intimidou e ameaçou os militares, afirmando que se estivesse armado teria disparado contra os policiais.
A delegada Cristiane Moreira define Michael como um pichador atuante e desafiador, um dos principais autores dos atos de vandalismo que poluem visualmente a cidade. Ele tem preferência por locais altos, onde suas pichações e assinatura ganham destaque e atraem a atenção de gangues rivais.
Segundo a Regional Barreiro, estátua será limpa ainda nesta semana
COM UM CÚMPLICE O pichador e um cúmplice chegaram ao Cristo Redentor de carro e usaram duas escadas para chegar à altura que consideravam ideal para pichar a estátua. Tinham três latas de spray, o suficiente para escrever o nome do jogador e também outros símbolos da gangue. Depois de picharem “Ronadinho 49”, com um erro de português, os dois viram guardas municipais se aproximando e fugiram. Na pressa, abandonaram uma das escadas no local.
Ao fazerem buscas na região, os guardas viram um Peugeot vermelho, com uma escada semelhante à que os pichadores haviam deixado na imagem do Cristo. Outros indícios, como um chaveiro com um adesivo do Atlético, no interior do carro, convenceram os guardas de que o veículo poderia pertencer aos vândalos. Duas horas depois, Michael voltou para buscar o carro e foi cercado pelos guardas municipais. Ele ainda tentou fugir, jogando o veículo contra os guardas, mas bateu com o carro no meio-fio e foi dominado.
Morador de Contagem, Michael não revelou o nome do comparsa, se limitando a dizer que conheceu o rapaz pela internet. Durante a apresentação na delegacia, negou que tenha pichado a estátua, mas afirmou que forneceu o carro e as escadas para a ação. Num gesto de arrogância, se definiu como um artista e afirmou que se fosse contar as vezes em que pichou prédios e monumentos na cidade esse número passaria de um milhão.
Megalomaníaco, afirmou que seu objetivo era pichar os principais pontos turísticos de Belo Horizonte até a Copa do Mundo de 2014, que terá a capital mineira como uma das sedes. Quanto à frase “prenda-me se for capaz”, disse que se inspirou em um filme, no qual o protagonista, um estelionatório, desafia a polícia norte-americana a prendê-lo.
PATRIMÔNIO IMATERIAL
Construída em 1956, em comemoração ao centenário da Região do Barreiro, a estátua do Cristo Redentor é tombada como patrimônio histórico imaterial de Belo Horizonte. De acordo com a PBH, até o fim da semana a imagem estará limpa. A pichação foi feita a 11 metros de altura, nas costas da escultura.
ANÁLISE DA NOTÍCIA: Muito além do vandalismo

O fato de o homem preso ontem depois de pichar a estátua do Cristo Redentor do Barreiro ser procurado por tráfico de drogas e já ter cumprido pena por assalto a mão armada demonstra que a pichação não pode mais ser vista apenas como um ato de vandalismo e deve ser entendida e combatida como um crime de maior potencial ofensivo. A estrutura das gangues de pichadores e a relação dos jovens com traficantes e assaltantes exigem ações mais rigorosas e constantes, enquanto ainda é tempo. Da mesma forma, o ato de ontem merece ser condenado de maneira veemente. O mal causado pelo pichador à cidade e à população está acima de qualquer disputa futebolística e não pode ter sua gravidade menosprezada.
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4 comentários:

raky lua disse...

esse cara e um exemplo pra pixacao

Anônimo disse...

bem feito

Anônimo disse...

Isso mesmo cossi vai toma no seu cu seu otario

Unknown disse...

O vosso ta com o cu cossano doido pra mama cabeca