Um salve à juventude que se respeita - Hamilton Borges Walê



Engana-se quem pensa que vou ficar aqui a frente de um monitor, escrevendo coisinhas ou respondendo a e-mails sobre conjuntura, ou publicando relatórios, resoluções e posicionamentos.

Hoje à tarde fui a CANA BRAVA. Entrei na casa onde um dos jovens foi assassinado pela política de segurança do estado. O colchão retorcido no chão ainda continha o sangue derramado covardemente pela polícia.

Os buracos de balas estão lá decorando o beco onde os caras moravam. O cheiro de morte exala das entranhas daquela comunidade. O medo e o terror promovido pelo estado e respaldado pelo governo, ta presente nos olhos das crianças e mulheres daquele lugar.

Uma mãe desolada, uma esposa em estado de choque, uma grávida a beira do parto desassistida, irmãos(ãs), sobrinhos(as), filhos e filhas chamando pelos seus.

Vi mais uma vez o quadro do horror frente aos meus olhos.

Vou retornar lá no domingo. Vou imprimir essas resoluções, moções e posicionamentos e levar para aquelas famílias e vou dizer que foi o CEJUVE que mandou.

Devo enrolar num papel de presente com a logomarca da SERIN?

Aos doloridos cotovelos inflamados, digo que tenho consciência do medo que sentem de perder seus empregos, ou de serem menos valorosos para suas estruturas partidárias. Mas digo também que não é problema nosso.

Quanto a Petrobrás, não vi um único real dessa empresa investido lá. A não ser que tenha sido gasto na campanha de algum companheiro correligionário.

Pra finalizar só uma pergunta básica. Quem da mesa teve na caminhada da Petrobras? Quem da mesa visitou Cana Brava. O que foi priorizado?

Por Hamilton Borges Walê

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