Nos 100 anos desde a instituição desta data, muitas lutas e muitas histórias como as que lhe deram origem se sucederam em todo o mundo.
Por Abgail Pereira*
Gerações de mulheres combateram a opressão capitalista e a discriminação de gênero, muitas vezes sob as mais violentas formas de repressão, obtendo conquistas de grande vulto, que mudaram radicalmente o papel desempenhado pela mulher na sociedade na busca da superação dos conceitos históricos de inferioridade e submissão ao homem, ao mesmo tempo em que abriram caminho para a compreensão das causas da opressão de gênero.No Brasil, as mulheres têm uma trajetória não menos vitoriosa. Conquistaram o direito ao voto, estão no mercado de trabalho, lutaram pela democracia nos longos anos da ditadura militar, lutaram pelos direitos humanos, combateram a violência de gênero, o desemprego e a precarização do modelo neoliberal . Foram às ruas e às urnas exigir a igualdade na lei e na vida.
Neste trajeto, inúmeras conquistas foram alcançadas, com destaques para a ampliação da licença maternidade, a proibição da discriminação sexual no trabalho, o direito a posse da terra em nome da mulher rural, a lei Maria da Penha para fazer frente à violência doméstica, e a reforma no Código Civil, para citar as de maior impacto.
No entanto, apesar do crescimento da inserção no mercado de trabalho e a elevação do nível de escolaridade, a desigualdade salarial, a dupla jornada, o assédio moral e sexual e a violência e opressão ainda são fatores marcantes na vida das mulheres, demonstrando a necessidade de crescer na organização e mobilização para continuar a luta contra a discriminação de gênero e de classe.
A Secretaria da Mulher da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) marcará os 100 anos do Dia Internacional da Mulher com a divulgação da Campanha aprovada no 2º Congresso da Central, que contempla as principais reivindicações das trabalhadoras: Igualdade Salarial e de Oportunidades, Creches Públicas, a Licença Maternidade de 180 dias para todas as trabalhadoras, obrigatória e não facultativa bem como a aplicação imediata da Lei Maria da Penha e do Plano Nacional de Direitos Humanos, como instrumentos de combate à violência contra a mulher. Ao mesmo tempo, mobilizará as trabalhadoras para a luta em defesa da Redução da Jornada de Trabalho, da Reforma Agrária e do Fim do Fator Previdenciário.
Merece destaque o fato de que o Dia Internacional da Mulher, proposto por Clara Zetkin, em 1910, foi instituído dentro da perspectiva da luta pela construção do socialismo. Hoje, passados cem anos, essa perspectiva continua viva, no coração e nas mentes das mulheres que buscam a igualdade. Por isso, também mobilizaremos as trabalhadoras, para que nas eleições gerais deste ano se posicionem firmemente em defesa da continuidade das mudanças, na busca de um projeto de desenvolvimento nacional que tenha como perspectiva a consolidação da democracia, impedindo qualquer tentativa de retrocesso neoliberal da direita, bem como com vistas à ampliação da representatividade política das mulheres.
Queremos seguir, juntos, a luta de homens e mulheres que combatem o sistema capitalista e buscam a construção de um novo modelo econômico, político e social, um mundo sem fome, sem miséria, sem excluídos, sem opressão, porque temos a firme convicção de que a perspectiva da igualdade social é a principal luta do Movimento Emancipacionista Feminino!
Viva o 8 de março e as mulheres de todas as gerações na luta por um novo mundo, de igualdade!
*Abgail Pereira é Secretária da Mulher da CTB
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