Música de Minas divulga selecionados do edital de circulação



Ailton Magioli - EM Cultura
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Nathalia Mendes/Divulgação
Leopoldina foi uma das escolhidas para apresentação de shows
A música produzida no estado, enfim, mostra a sua cara, com a volta do edital de circulação, penalizado este ano pelo calendário eleitoral. Resolvido o impasse que impedia o governo mineiro de distribuir os recursos às vésperas das eleições – a solução foi repassá-los à Fundação Clóvis Salgado, para que ela os gerenciasse –, com o devido atraso, os músicos inscritos voltam a se apresentar país afora, além de, nesta segunda edição, também chegarem à vizinha Argentina.

Paralelamente, como legítimo produto de exportação que é, a música mineira também ganha a edição de quatro catálogos temáticos (por gêneros) que, apesar de restritos à distribuição no meio (produtores, programadores de rádio e eventos tais como feiras), privilegiam os segmentos instrumental, MPB e MPB infantil, pop rock, hip-hop, experimental, samba, regional e produtores. Na estrada desde o dia 10 de novembro, Jorge Bonfá, Graveola e O Lixo Polifônico, Leopoldina, Mestre Jonas, Sérgio Pererê, Alexandre Andrés e Weber Lopes já se apresentaram desde Puerto Madryn, na Argentina, até o Arquipélago de Fernando de Noronha, passando por Belém, Porto Alegre, São Paulo e Curitiba.

Sábado e domingo, será a vez de Titane e Kristoff Silva, respectivamente, fazerem shows no Mercado Cultural de Salvador, na Bahia, seguidos de apresentações de Sérgio Santos, dia 8, e Weber Lopes, dia 10, em Buenos Aires, na Argentina. Mestre Jonas (dia 12, em João Pessoa), Alexandre Andrés (dia 15, São Paulo), Graveola e O Lixo Polifônico (dia 15, Campinas), Sérgio Pererê, Titane e Leopoldina (dia 17, João Pessoa), Sérgio Santos (dia 17, São Paulo) e Kristoff Silva (dia 18, São Paulo) vão encerrar a agenda de shows, que, nesta segunda edição do edital promoverá número menor de apresentações (20) se comparada à primeira edição (25).

“Estamos conseguindo realizar tudo dentro das limitações impostas pela lei do Superior Tribunal Eleitoral (STE)”, reconhece a gestora do edital de circulação, Cláudia Brandão. Segundo ela, além dos shows, a música feita no estado também manteve representação em feiras nacional e internacional, restando oferecer, em contrapartida, na segunda quinzena deste mês, as 10 oficinas que serão ministradas por cada um dos artistas participantes, em cidades do interior de Minas.

Iniciativa da sociedade civil, por meio do Fórum da Música de Minas Gerais, que reúne entidades de classe, o Programa Música de Minas surgiu no ano passado, com a participação da Associação dos Amigos do Museu Clube da Esquina, Associação Artística dos Músicos de Minas Gerais, Fora do Eixo Minas, Cooperativa da Música de Minas, Rede Catitu e Sociedade Independente da Música, atraindo a atenção do estado, que, imediatamente, fechou parceria com o programa por meio da Secretaria de Cultura. Segundo a gestora Rose Pidner, o projeto logo atraiu a atenção do meio, tornando-se um case nacional.

Ameaçado pelo calendário eleitoral, graças à manifestação dos músicos, que protestaram contra a legislação que ameaçava a sua realização este ano, o impasse foi resolvido com a liberação da verba de R$ 1,1 milhão, R$ 450 mil a menos que o primeiro edital. O já conhecido edital de passagem (agora batizado de intercâmbio, com verba de R$ 240 mil) também continua em atividade, facilitando a candidatura dos interessados em obter passagens aéreas para viagens, devido à ausência de burocracia para tal. O edital, de acordo com Rose Pidner, promove o intercâmbio de dezenas de artistas.

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