Fomentar e fortalecer a cultura, especialmente a diversidade cultural da periferia. Essa é a proposta do Coletivoz, grupo formado por artistas, escritores e poetas, surgido em 2008 no bairro Independência, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Com a realização de saraus e intervenções culturais diversificadas, o grupo estimula a reflexão política pelas vias da arte e da literatura. Segundo a articuladora do Coletivoz, Kaká Pimenta, embora marginalizado e alvo de preconceito, o rap, estilo musical que explora o ritmo e a poesia, na construção de uma arte com fortes raízes popular, local e de protesto, é um das manifestações culturais mais presentes na região. E é no universo da periferia, marcado por desigualdades socioeconômicas, mas também pela diversidade cultural, que a discussão política se torna a base da ação do Coletivoz. Nosso discurso é de resistência, levando o discurso político, onde ele seja necessário. Não vendemos um produto, mas falamos sobre a miséria humana e trabalhamos para desalienar as pessoas”, afirma Kaká.
Em Belo Horizonte, as apresentações do Coletivoz são performáticas e acontecem há dois anos, toda quarta-feira, no bar Zé Herculano, no bairro Independência . Nesses momentos, a sinuca é transformada em uma mesa, coberta por painéis de grafites e livros, disponibilizados ao público. Incorporado à realidade do lugar onde o grupo nasceu, esse trabalho é resultado da inspiração e da apropriação das iniciativas da Cooperativa de Poetas da Periferia (Cooperifa), de São Paulo (capital), promotora de saraus semanais, que chegam a reunir até 500 pessoas por edição, ávidos por ouvir e declamar poemas próprios ou de outros autores, textos que articulam indignação e denúncia, com o apelo estético da poesia. Segundo Kaká, a delicadeza da linguagem poética é importante para tornar o discurso do Coletivoz menos duro e mais atraente e acessível.
O Barreiro, onde nasceu o Coletivoz, a 15 km do centro de BH, é a segunda região mais movimentada, após o centro comercial da capital mineira. Com154anosdeidade, completados em 2009, é mais antiga que a própria capital de Minas. A arrecadação do Distrito do Barreiro gera em cerca de 40%do Valor Adicional Fiscal (VAF) de Belo Horizonte, comprovando a importância dessa região a capital. Comcercade300milhabitantes, 90 mil domicílios, 54 bairros, caso fosse emancipado, estaria entre as 8 maiores cidades de Minas Gerais.
Matéria produzida por: VANESSAVEIGA e ROBERTOALMEIDA – COLABORADORES-ASSOCIAÇÃO IMAGEMCOMUNITÁRIA
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