Juventude : Investimento Já!

Investir na juventude
Os jovens são os que mais matam e os que mais morrem por causas não-naturais
Enquanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, planejava o lançamento de um fundo soberano, em seu gabinete, na Esplanada dos Ministérios, milhares de jovens de todo o país se reuniam na 1ª Conferência Nacional de Juventude, também no Distrito Federal. Como coincidência, no evento, também foi apresentada proposta da criação de um fundo nacional de juventude. Trata-se de iniciativa que contou com a participação de toda a sociedade civil organizada, além de representantes dos governos estaduais e municipais. Logo, esse fundo se tornou uma demanda de todos aqueles que acreditam nas políticas públicas para jovens. A proposta foi apresentada por nós, pela primeira vez, em reunião do Conselho Nacional de Juventude, em 2005, quando sofreu várias críticas. Porém, com o fortalecimento das políticas de juventude no país, tornou-se premente a criação de um instrumento de financiamento de tais políticas públicas. Pois bem, o desafio está lançado e o documento final da conferência será enviado ao governo federal para que seja apreciado.

O fundo proposto poderá ser um instrumento fundamental para que as chamadas PPJs (políticas públicas de juventude) se tornem uma ação de Estado e não de governo. Como estão hoje, ainda dependem da compreensão de gestores como o governador Aécio Neves, que criou um órgão de juventude em Minas Gerais, no seu primeiro ano de governo, bem antes do governo federal. Porém, há estados nos quais a política de juventude tem sofrido uma redução inexplicável. Todos os índices demonstram os graves problemas pelos quais passa a juventude brasileira. Os jovens são os que mais matam e os que mais morrem por causas não-naturais; são a maior população carcerária e a com o maior número de desempregados. Isso sem se falar no problema das drogas e da prostituição. Logo, como se pensar no desenvolvimento do país sem uma sólida política de juventude? Em Minas Gerais, temos conseguido ampliar esta política de forma significativa. Já foram criados mais de 50 conselhos municipais de Juventude. Programas mineiros, como o Fica vivo, Valores de Minas, Poupança jovem, Minas jovem protagonista, entre outros, colocam o estado na vanguarda das PPJs.

Mas ainda não temos uma política pública nacional realmente construída, o que não descredencia a Secretaria Nacional de Juventude, que vem tentando quebrar barreiras e ampliar suas relações com os gestores. A juventude brasileira demonstrou que, com a criação de um fundo nacional de juventude e de um sistema nacional de juventude, poderemos ter instrumentos capazes de perpetuar as PPJs, de modo a transformar o jovem brasileiro, de problema em parte da solução. Para tanto, precisamos que o governo federal dê importância e acate as sugestões desse segmento da população e crie o esperado fundo, instrumento de garantia da soberania dos jovens brasileiros.

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