''A chegada do 'Homo urbanus' deveria ser causa de satisfação, já que, pela primeira vez na História, a metade da humanidade vive em povoados e cidades. Mas, de seus 3 bilhões de habitantes, 1 bilhão vivem em bairros marginalizados'', alertou Anna Tibaijuka, a diretora-executiva desse programa da ONU.
No prólogo do livro ''As Crises de Amanhã, Hoje: o impacto humanitário da urbanização'', Tibaijuka diz que 72% da população urbana da África vive em favelas.
O livro foi distribuído hoje pelo Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA) junto com um filme que apresenta testemunhos de ''sobreviventes das favelas''.
Segundo o UN-Habitat, só na favela de Kibera - nos arredores de Nairóbi, capital queniana -, um milhão de pessoas se sustentam na economia informal.
Enquanto muitas favelas de Nairóbi se caracterizam por uma incessante chegada de jovens - muitos deles desempregados -, os idosos também se vêem obrigados a lutar para sobreviver em seus últimos anos de vida, em meio à insegurança e morando em casas precárias.
De acordo com o programa da ONU, o crescimento urbano na África ocorreu de forma precipitada, sem o crescimento econômico correspondente para sustentar o aumento da população das cidades.
Em abril, na zona norte de Damasco, capital da Síria, das entre 4 e 5 milhões de pessoas no local (inclusive 1 milhão de refugiados palestinos e iraquianos), 40% viviam em casas construídas ilegalmente.
O livro mostra imagens impactantes sobre a ação de quadrilhas e gangues em favelas da América Latina, particularmente em Honduras, Guatemala, Haiti e El Salvador, onde entre 1980 e 2000 houve um aumento de até 30% na ação desses grupos.
A publicação também reflete a situação de outros países do terceiro mundo, como Angola, Indonésia e Índia, onde o fator comum é a luta pela sobrevivência nas cidades, que obriga as massas empobrecidas a buscarem seu sustento em depósitos de lixo, a beberem água impotável e doenças sem assistência médica.
De acordo com números da ONU, nos últimos 50 anos a população global moradora de favelas passou de 35 milhões para 1 bilhão, e o número pode duplicar nos próximos 30 anos.
Agência efe
Nenhum comentário:
Postar um comentário