Foram sete meses de debates que envolveram milhares de jovens em todo o Brasil. Jovens do campo, jovens da cidade; estudantes e trabalhadores; jovens interessados e engajados nos mais variados movimentos (hip-hop, meio ambiente, cultura, esporte, diversidade sexual, arte). Uma mobilização intensa que mostra uma realidade inversa daquela que a mídia tenta, constantemente, incutir no senso comum: de que a juventude brasileira é alienada, não tem interesses coletivos, não participa de organizações e cultiva, apenas, um sentimento individualista.
Tiveram destaque nos debates da 1 ª Conferência Nacional de Juventude - encerrada no dia 30 de abril - os temas relacionados à situação de precarização do trabalho para a juventude, no qual se salientou a dificuldade em se conseguir o primeiro emprego, a baixa remuneração e a falta de postos. Também teve centralidade a discussão sobre Educação, desde a educação básica, passando pelo ensino profissionalizante, até a educação superior. A crescente criminalidade e seus impactos sobre a população foi outro tema muito abordado.
Desde a criação da Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho Nacional de Juventude, no primeiro mandato do presidente Lula, o Brasil passou a ser um dos países que dispensa atenção particular a esse segmento social, discutindo e desenvolvendo políticas públicas específicas para os jovens. Até então, não havia uma preocupação particularizada do poder público com a juventude. As políticas eram traçadas de forma fragmentada e as iniciativas pulverizadas nos ministérios e outros órgãos públicos.
Com a criação da Secretaria e do Conselho, iniciou-se um processo de centralização dessas ações para potencializá-las e constituir um arcabouço de Políticas Públicas para a Juventude (PPJ) no país.
A Conferência Nacional de Juventude ampliou essa iniciativa enriquecendo as propostas do governo com as experiências que são desenvolvidas por todo o Brasil, envolvendo outros setores nesse processo e legitimando as ações futuras, a partir de um ambiente democrático de debates e decisão.
Foram definidas 22 propostas de políticas públicas para a juventude que serão um orientador importante para o governo federal e, principalmente, dos governos estaduais e municipais. O principal desafio, agora, é concretizar as propostas apresentadas, transformando-as em ações que possam interferir positivamente na vida da juventude brasileira, principalmente daquela que se encontra em situação de risco por falta de oportunidades.
Como a vida das pessoas acontece nas cidades, as eleições de 2008 são um momento importante dessa discussão. Os candidatos e candidatas devem se apropriar dessas propostas e incorporá-las em seus programas de governo. Também é momento oportuno para estimular o protagonismo juvenil, envolvendo os jovens nas definições dessas políticas, seja estimulando candidaturas jovens, seja trazendo um maior número de jovens para participarem efetivamente do processo eleitoral.
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