Comunidade se une para promover transformação social

Izabela Ferreira Alves - Estado de Minas
Jackson Romanelli/Especial para o EM
Marcos Vinícius, João Batista, Elizio, Jonathas, Eduardo, Adão e MC Nubil acreditam na mudança de vida
Um projeto de transformação social pelas cores vem levantando a auto-estima de três comunidades do Barreiro, na Região Oeste de BH. Periferia Colorida é o nome do projeto desenvolvido depois de encontro entre dirigentes da Associação Pró-melhoramento Vila Cemig e da Polícia Militar, promovido pelo Núcleo de Prevenção à Criminalidade da região. Na ocasião, o presidente da entidade comunitária, o socorrista do Samu Adão Caetano, de 41 anos, inspirado em trabalho no Morro do Papagaio, às margens da Avenida Nossa Senhora do Carmo, propôs recuperar as fachadas das casas da vila e também do Conjunto Esperança e do Alto das Antenas.

Em novembro de 2007, o presidente da associação, acompanhado do também socorrista e motorista do Samu Elisio de Souza Pinto, de 40, e do oficineiro do Programa Fica Vivo Silviano Geraldo da Silva, de 33, mais conhecido como rapper MC Nubill, estiveram no Morro do Papagaio para conhecer a tecnologia social do Projeto Favela Bela, que mudou a cara da vila. “Fomos também ao Aglomerado Santa Lúcia ver como eles conseguiram patrocínio para as tintas e materiais e aprender sobre mobilização comunitária”, conta Adão. O coordenador do projeto no Morro do Papagaio, Fabiano Valentino, o Pelé, também visitou as três vilas no Barreiro, onde moram cerca de 12 mil pessoas.

A iniciativa não consiste somente em pintar a frente das casas. Nos oito mutirões feitos desde a criação do Periferia Colorida, a comunidade, com recursos próprios e doações de comerciantes, rebocou as fachadas das residências e aplicou uma demão de resina, preparando as paredes para as tintas. E elas são as mais vivas e diferentes, sempre a gosto do freguês. Há 30 anos morando na Vila Cemig, a aposentada Universina Garcia da Silva, de 66, apelidada pelos moradores de dona Santa, elegeu o verde para iluminar sua vida. “É a cor da esperança. Sempre acreditei que nossa comunidade viveria momentos de paz e tranqüilidade e o projeto ajuda muito nesse aspecto”, afirma.

Morador e participante dos mutirões, o maître João Batista Ferreira de Souza, de 35, comemora a união das três vilas durante e depois dos trabalhos. “O mutirão levanta o moral do povo e une as pessoas”, acrescenta. E não só as casas ficaram mais bonitas. Alguns espaços públicos, como muros e bancos de praças, também receberam novas cores e os grafites da oficina do Fica Vivo. “Nosso objetivo é pintar todos os postes, até a metade, e depois enfeitá-los com flores. Engana-se quem pensa que isso é frescura. Deixa o ambiente leve e traz alegria para o coração da gente”, diz Elisio Pinto. Para ajudar com doações ou trabalho voluntário, basta entrar em contato com a associação pelos telefones (31) 3383-5557 ou (31) 8689-3573. O telefone do núcleo de prevenção da PM é (31) 3383-6951.

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