Dinheiro e poder

Arquivo pessoal

Rosângela Firmino Santos
aluna do 3º período de direito da Faculdade Dom Hélder Câmara


Quando Judas traiu Jesus, não havia esse apelo comercial, tecnológico, e hipnótico que invade nossos lares, não havia lojas virtuais, não havia sequer, uma loja capaz de fazê-lo gastar, as trinta moedas de prata que tinha. Portanto, ele não foi influenciado pelo consumismo capitalista, contextualizado no atual mundo globalizado. Mesmo assim, é inegável que o dinheiro é a raiz de todo mal. Infelizmente, por ele, matam, nascem, mentem e agem ilicitamente conforme a paixão. Ao contrário disso, o dinheiro, é o mal necessário, moeda de troca, na vida do ser humano, que satisfaz, produz prazer, eleva a autoestima, concretizando desejos e ambições desejadas e planejadas. Semelhantemente, mais do que o amor, o dinheiro cega e embriaga, entorpece verticalmente da mente ao coração.

Em razão disso, resulta então, uma inversão de valores éticos e morais na condição humana de viver. Judas, com efeito, sucumbiu, precipitou no mais profundo abismo, de sua consciência, não desfrutando com prazer, o valor da sua traição, sendo refém do seu momentâneo prazer, fugaz e abstrato,compartilhado com seu espírito atribulado, aflito e condenado por seu foro íntimo, a amargar solitário, seu ato insano.

Como deter, a repetição do suicídio de Judas na época atual? Da mesma sorte, nossos olhos, nos corrompem nos fazem cativos, aprisionando nosso entendimento. O olhar humano é refém da beleza. O que é a beleza? Ela é necessária e abstrata, e fundamental para o deleite da alma, , interessante se faz dizer, que sua arma seduz, tanto quanto o dinheiro. Honestamente, é bem-vindo e abençoado, causa bem estar, alegria e satisfação ao ser humano. É certo, vale lembrar, ser de grande importância à via de entrada. Lícita ou ilícita. Mas a corrupção tem a capacidade de transformar, o ilícito em lícito. Portanto, o que é ilícito pra alguns, é lícito pra outros, depende do ponto de vista, nem sempre coerente com a realidade.

A escravização, pelo dinheiro, projeta na sociedade, indivíduos que, como uma bomba relógio, a qualquer momento, se revolta, e tentam das mais variadas formas, lícitas ou ilícitas, concluir com paixão a posse do objeto do seu desejo. De fato. O prazer da felicidade, não está vinculado ao ter e querer. De modo geral, a saber, vincula no prazer estampado no ego de cada um, em exibir, ostentar interna ou externamente, o alimento propulsor, a mola mestra, saciada e momentaneamente feliz, até o próximo evento, que sob hibernação, ressurge ao contemplar uma aquisição de outrem, levantando a bandeira do poder axiomático, afirmando, decididamente que, só tem valor, quem tem bens materiais predeterminados.

Pela janela da alma, se observa o mundo, seu avanço, seu retrocesso moral e ético culminando com a degradação passiva do maior bem criado por Deus: o homem, zoon politikon logikon. Em análise última, a busca da prosperidade é mais excelente, do que a busca pelo dinheiro, pois a prosperidade permanece, e o dinheiro vai.

PARA PARTICIPAR
Envie sua crônica e foto para a página D por e-mail (demais.em@uai.com.br). Podem participar universitários de qualquer curso de graduação. Os textos serão escolhidos e editados após uma seleção prévia

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