Revista Mátria vai ''acender'' discussão de gênero nas escolas



O que tem a ver a escola com as questões de gênero e o comportamento sexual? Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) - que representa mais de dois milhões de professores -, tudo. Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a entidade lança a sétima edição da Revista Mátria - A Emancipação da Mulher, direcionada a alunos e professores de escolas públicas de todo o país.



A revista tem encarte ''O que é ser mulher?''

Os avanços da luta pela igualdade de gênero no Brasil, a sexualidade, a situação da mulher na família e no trabalho e a qualidade do ensino são discutidos de forma a envolver a escola em uma educação não-sexista. Além de comemorativa ao dia 8 de março, a revista pode ser utilizada durante todo o ano. A publicação traz textos interativos com indicações de atividades em sala, leituras, filmes e calendário com várias datas relativas às lutas das mulheres, artigos e reportagens.


Para Raquel Guisoni, secretária de Relações de Gênero da CNTE e coordenadora da publicação, “a revista Mátria é um meio de comunicação que tem muita aceitação no meio acadêmico, feminista, no movimento sindical e social porque a luta emancipacionista é de todas e todos que reagem contra opressão e discriminação das mulheres na perspectiva de um mundo de igualdade e solidariedade.”


A novidade desta edição é a o encarte teórico “O que é ser mulher?” elaborado pelo psicólogo Milton B. de Almeida Filho. Segundo Raquel, a inclusão deste artigo objetiva um maior aprofundamento da concepção emancipacionista “com isso, também abrimos a participação de homens neste debate” destaca.


Conteúdo


A capa de 2009 é a escritora francesa Simone de Beauvoir, ícone feminista do século 20 e referência na longa jornada contra o preconceito sexista. Sua histórica teoria de vida inspirou a revista a rever temas como o casamento e a instabilidade dos sentimentos. Hoje, eles desafiam as relações e colocam em xeque o antigo núcleo familiar.


Como os educadores lidam com a sexualidade dentro de sala? Por que as escolas devem implementar políticas que esclareçam temas polêmicos como a relação homoafetiva - presente em todas as idades e classes sociais? Uma escola da cidade de Abreu e Lima (PE) reafirma sua linha editorial em prol de uma educação não-sexista ao mostrar o trabalho de professores que fizeram a diferença no tratamento desses temas em sala.


A opinião da escritora e ativista Clara Charf sobre os conflitos intermitentes no oriente médio e a luta pelos direitos humanos no Brasil e no mundo é outro destaque da última edição. A companheira do fundador da Aliança Libertadora Nacional (ALN), Carlos Marighella, avalia a atual situação política e social nos países e o engajamento das mulheres em movimentos sindicais.


Sobre a participação das mulheres na política, a revista revela um aumento da atuação delas no poder, mas o desequilíbrio com relação aos homens persiste. Outra reportagem mostra que a situação social da mulher tem melhorado no Brasil, mas elas aguardam projetos mais efetivos pela saúde pública. “Dados da Pesquisa Nacional por Amostragem por Domicílio revelam que, no Brasil, 36,4% das mulheres de 25 anos ou mais nunca fizeram exames clínicos de mamas”, cita a matéria.


A crise econômica tomou conta dos noticiários e arrefeceu os ânimos de trabalhadores e empresas de todo o mundo. E, de maneira particular, as mulheres também foram atingidas. Por isso, a revista discute os problemas conjunturais que agravam ainda mais a discriminação feminina no mercado de trabalho.


As lutas e os avanços revelam-se, também, em detalhes de personalidades, conhecidas ou anônimas, que transformam diariamente o país. Seja por meio da irreverência de Carmem Miranda, que enfrentou preconceitos ao afirmar o seu lugar na sociedade; das vitórias de esportistas, responsáveis por enaltecer o nome do país no exterior; ou da defesa da terra e do meio ambiente por centenas de mulheres, que, em pleno século 21, no Norte do país, vivem, por isso, sob a ameaça de morte.


Fonte: CNTE


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