Nova perspectiva profissional

Ricardo Beghini
O envolvimento com a Fábrica do Futuro mudou os rumos profissionais de Karina Freitas, de 26 anos. Formada em história, ela descobriu no projeto a vocação de produtora. “Aqui, se aprende de tudo um pouco”, diz a jovem, que atuou em várias ações administradas ou correalizados pela ONG. O primeiro foi a edição de estreia do Cineport (festival de cinema de países de língua portuguesa), em 2005, além do Festival Ver e Fazer Filmes, em dezembro, o Cidades Digitais, também no ano passado, e o Identificart e o Ponto-a-Ponto, que estão em andamento.

“A mobilização social, inerente a alguns projetos, tem a ver com história”, ressalta ela, aproximando as duas áreas profissionais. Em suas saídas a campo, Karina mostra empolgação no contato com a comunidade carente, alvo do projeto de intercâmbio Ponto-a-Ponto, realizado em parceria com a ONG Tivi no Morro, de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Conduzidos pela produtora da Fábrica do Futuro, os colegas sabarenses fizeram gravações em bairros pobres de Cataguases, estimulando a participação dos moradores.

“Este trabalho mudou a minha vida totalmente”, conta ela, que recebe cerca de dois salários-mínimos dos projetos. Karina e Juliano Braz, de 24 anos, visitaram a sede do Tivi no Morro, em Sabará. Em seguida, estiveram em comunidades carentes para produção de vídeos. “Estou me profissionalizando cada vez mais”, afirmou Juliano, que, antes de comandar as câmeras da ONG, atuava em teatro de bonecos e reciclagem. O rapaz, também desenhista, conta que a Fábrica do Futuro contribui para a formação de redes criativas, fundamentais em sua atividade.

CARREIRA A mudança na vida profissional de Fábio Paternoster foi ainda maior. Antes de conhecer a entidade, dava aulas de informática e desenvolvia softwares. Convidado pelo gestor cultural da ONG, César Piva, o rapaz integra a equipe há quatro anos. “Comecei a trabalhar com vídeos, fiz cursos de formação e dei uma guinada profissional”, diz Fábio, que se tornou coordenador do Núcleo de Produção Audiovisual.

Sem abandonar o posto da Fábrica do Futuro, Fábio, há cerca de um mês, abriu a própria produtora de vídeo, em uma sala no Centro de Cataguases. Ele pretende confeccionar peças publicitárias, institucionais e de eventos, atendendo, inclusive, pedidos de serviços da ONG. A demanda por profissionais especializados na cidade estimulou o espírito empreendedor do rapaz, que ficou ainda mais animado com a possibilidade de participar do polo audiovisual, onde várias empresas poderão compartilhar a estrutura. “Aprendi muito na Fábrica sobre a importância da parceria.”

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