Detentas de Curitiba fazem vestidos de alta costura

Frederico Vasconcelos

A modelo que desfila na foto acima --produzida pela Agência Estadual de Notícias-- veste uma peça cuja grife não é uma assinatura famosa do mundo da alta moda. Nem foi costurada para circular na alta sociedade. É uma amostra do trabalho de uma dúzia de detentas de uma penitenciária do Paraná, iniciativa de voluntários que procuram valorizar, nos presídios, a função de casas de reeducação. Por entender que a experiência está afinada com o programa "Começar de Novo", o Conselho Nacional de Justiça publicou em seu site o texto reproduzido a seguir:

A Penitenciária Feminina de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), oferece oportunidade de trabalho às detentas. Um grupo de 12 presas recebe aulas para confecção de vestidos de alta costura. Elas produziram cerca de 45 vestidos que foram expostos, no dia 7 de abril passado, em um desfile de moda no museu Oscar Niemeyer. Iniciativas como essa são estimuladas no programa Começar de Novo, coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), destinado à ressocialização de detentos.

A produção das peças foi possível graças à doação de máquinas de costura feita pelo Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar Ação Social) e dos tecidos doados pela Receita Federal. As detentas receberam um curso especial de alta costura, que foi oferecido por dois empresários dessa área. As apenadas receberam aulas aos sábados para confecção dos vestidos,que possuem acabamento artesanal. Elas ainda estão recebendo treinamento e, ao final, aquelas que saírem do presídio receberão uma máquina de costura doada pela Provopar.

Os vestidos produzidos pelas detentas não foram comercializados. A Propovar Ação Social e os empresários colaboradores decidiram utilizar as roupas como exemplo de trabalho desenvolvido dentro de presídio. No próximo dia 28 haverá outra exposição das roupas na Escola de Governo do Paraná.

O presídio oferecerá o curso a outras detentas para permitir que elas tenham um ofício. As participantes recebem um salário que vai para suas famílias e para uma poupança que só pode ser utilizada pela própria detenta ao sair do presídio. Além disso, a cada três dias de trabalho, um dia da pena é reduzido.

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