Cerco à pedofilia


Pedro Rubens

Desde o ano passado, as denúncias da existência de páginas com conteúdo pornográfico infantil no Orkut caíram pela metade. No Brasil, o site de relacionamentos é o principal veiculador desse tipo de material na internet. Segundo os registros da Safernet, organização não governamental de combate à pedofilia na rede, em junho de 2008 o número de notificações de imagens ilegais no Orkut atingiu seu pico: quase 10 000 pessoas comunicaram ter visto lá algum tipo de pornografia envolvendo crianças. Desde então, as denúncias caíram 50%. O motivo foi um acordo firmado entre o Google e o Ministério Público Federal. A empresa americana responsável pelo Orkut comprometeu-se a acatar a lei brasileira e passar às autoridades todas as informações que possam ajudar a identificar os usuários que foram alvo de denúncias de pedofilia. A queda no número de notificações registradas pela SaferNet, no entanto, não significa necessariamente que o volume de páginas ilegais no Orkut tenha caído pela metade. "Os criminosos estão sofisticando suas técnicas. Hoje, muitos já conseguem escapar dos filtros antipornografia", afirma Thiago Tavares, diretor da SaferNet. "É preciso buscar novas ferramentas para tornar o controle mais eficiente."

Com reportagem de Kalleo Coura, Leo Branco, Daniel Paixão (Belo Horizonte)
e Silvia Rogar (Rio de Janeiro)

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