Sem prazo de validade

A tecnologia está cada vez mais ao lado das mulheres modernas

Bruno Scheffer - Diretor Clínico do Instituto Brasileiro de Reprodução Assistida


Os tempos modernos trouxeram para as mulheres várias conquistas e direitos. Graduação acadêmica, especializações, realização profissional, estabilidade financeira, casamento, divórcio, além de escolhas ligadas à maternidade. Até pouco tempo, a mulher podia dar prioridades diferentes para cada sonho, mas o de ser mãe sempre possuía uma limitação: após os 35 anos de idade a fertilidade feminina diminui gradativamente, resultando em grande dificuldade para engravidar. Assim, este sonho tinha um prazo: a idade da mulher. Atualmente a realidade é outra.

A tecnologia está cada vez mais ao lado das mulheres modernas. A ciência descobriu novos meios de proporcionar-lhes a gravidez, mesmo com a idade avançada. Por isso, afirmo: nos dias atuais, ser mãe não tem prazo de validade, desde que algumas precauções sejam tomadas.

Existem duas opções para as mulheres que querem priorizar outras conquistas antes da maternidade: podem tomar providências para planejar uma futura gravidez, fato cada vez mais incidente; ou podem se submeter a tratamentos de reprodução humana assistida, se a tentativa de engravidar naturalmente, em idade avançada e após um ano de tentativas, não obtiver sucesso. Em ambos os casos, há chances reais de gestação em qualquer idade, por isso, hoje em dia a mulher pode ser mãe em qualquer fase da vida madura.

Se aos 35 anos, ela opta por trabalhar mais, pela carreira profissional, ou mesmo se não possui um parceiro sexual, mas deseja ter filhos futuramente com seus próprios óvulos, o planejamento é fundamental. As técnicas de congelamento de óvulos são hoje muito mais promissoras que antigamente.

Atualmente a mais moderna e eficiente é denominada Vitrificação. Seus resultados são promissores e concretos: 97% dos óvulos sobrevivem ao descongelamento e a taxa de gestação é entre 40 e 41%. Os tratamentos de fertilização in vitro já são muito utilizados e com resultados bem sucedidos.

Com o passar do tempo, os óvulos femininos deixam de estar aptos à fecundação, nestes casos, é comum recorrer à doação de óvulos.

Há algum tempo vem ocorrendo uma desmistificação em relação a banco de óvulos e de sêmens. Quase não há resistência por parte dos casais e 40% das pacientes com quadro de infertilidade se submetem a um programa de doação. O mais importante é a mulher ter a informação, pois se conscientizada das possibilidades e tratamentos, ela poderá escolher como agir e quando agir.

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