Ronaldo vira zagueiro e defende fazer comercial de cerveja

Cefas

A velha polêmica de volta: uma personalidade - seja um cantor de rock, um famoso jogador de futebol, ou um escritor que ganhou Nobel de Literatura – pode fazer campanhas de cervejas ou cigarros, para ficar só nestes dois produtos?

A polêmica surgiu há décadas, desde quando se descobriu que Pelé, sempre assediado pelas agências de publicidade, recusou e ainda recusa-se terminantemente a divulgar produtos considerados nocivos à saúde.

E retorna mais uma vez, agora, com o Ronaldo Fenômeno, depois de entregue às feras (e também travecos), gordo e tido como morto para o futebol, estar dando a volta por cima e fazendo seus gols pelo Corinthians. E além de gols, aceitar ser garoto-propaganda da Brahma.

O Ministério Público Federal paulista (regional em São José dos Campos) ajuizou ação civil pública pedindo condenação da Ambev (que fabrica a cerveja) e da África (criou a campanha). O MP alega que o comercial estrelado por Ronaldo fere as regras do Conar e desrespeita o princípio da responsabilidade social, “por induzir os mais jovens a consumir bebida alcoólica”. No filme, o jogador oferece um copo da “gelada”...

Ronaldo, sabatinado semana passada por vários jornalistas especializados em esportes (inclusive o Juca Kfouri) em uma mesa-redonda num canal de TV a cabo, não concordou com as acusações. E fez duas observações, que colocaram ainda mais lenha na fogueira:

- “Eu não posso só pensar em agradar às crianças. E criança não bebe cerveja, gente. Sou contratado pela Brahma há 15 anos e sempre tivemos o maior cuidado”.

- “Essa última campanha era pra mostrar que sou guerreiro, me identificar com o brasileiro, que sofre o dia todo e quer chegar em casa e tomar sua cervejinha. Mas não dá pra agradar a todo mundo. A Copa do Mundo é patrocinada pela Budweiser. A Copa dos Campeões, pela Heineken. Imagina o futebol sem grandes patrocinadores, sem a cerveja após os jogos...”.

E agora, quem tem razão? Ronaldo ou o Ministério Público Federal, que quer punir a Ambev e a África?

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