Hip Hop Em Animação

Fantasia dos títeres chega ao cinema em Batalha, a guerra do vinil, dirigido por Rafael Terpins
Janaina Cunha Melo
Terpins Greco/Divulgação
Batalha, a guerra do vinil foi inspirado na periferia paulista

Batalha, a guerra do vinil, curta exibido ontem no Festival Internacional de Teatro de Bonecos, mostra confronto entre dois MCs numa favela. O filme, produzido pelo Estúdio Terpins Greco, leva para o cinema a fantasia dos títeres, apresentando personagens próprios da cultura hip hop. No trabalho, dirigido por Rafael Terpins, Lucas Emanuel Britto e César de Souza estão DJs, b.boys e b.girls, além dos MCs Black Jahmantha, figura celebrada no aglomerado inspirado em periferia paulista, e o premiado, mas inseguro Air, que teme enfrentar duelo com o veterano pretensioso.

Ousado na forma e atento para tema cada vez mais em voga na produção cultural brasileira, o curta supera desafios. Inova na abordagem do teatro de bonecos em animação stop motion, e confirma necessidade de investimento na experimentação. Em debate depois da apresentação do trabalho anteontem, os realizadores foram unânimes em apontar dificuldades enfrentadas para concluir projeto iniciado há quase cinco anos. Depois de várias tentativas de captar recursos – em torno de R$ 300 mil –, o grupo recebeu proposta da Cartoon Network para realizar quatro episódios da trama. E foi com capital estrangeiro que o estúdio realizou proposta eminentemente inspirada na cultura nacional.

“Só agora sabemos o quanto é difícil conseguir financiamento para a produção de curtas no país, apesar de recursos infinitamente maiores serem disponíveis para peças publicitárias no mesmo gênero”, reclama o diretor Rafael Terpins. Ele também destaca a importância de participar do festival, lembrando que poucos produtores no país reconhecem o trabalho como obra de teatro de bonecos. Para o filme, o grupo contou com a participação de cerca de 40 profissionais, envolvidos com a produção dos bonecos aos desenvolvimento de técnica para a construção das cenas. Entre eles, MC Thaíde, referência do hip hop nacional, que inspirou a criação do DJ Air.


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