Direitos em debate - Direito Autoral

Cooperativa que questiona Ordem dos Músicos do Brasil promove assembléia extraordinária hoje, na Juvenal Dias
Ailton Magioli
Fernando Fiúza/Divulgação - 16/5/08
Makely Ka acusa a Ordem dos Músicos do Brasil de funcionar como máfia

A realização da primeira assembléia extraordinária da Cooperativa de Música de Minas (Comum), hoje à noite, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes, vem confirmar a tendência em evidência da reunião de músicos em torno de organizações que lutem pelos seus direitos de classe. “Além de sempre muito dispersos, não temos sindicato”, justifica o cantor-compositor e instrumentista Makely Ka, presidente da cooperativa criada no fim do ano passado, que acusa a Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) de funcionar como máfia, atrapalhando mais do que ajudando a categoria.

“A princípio, apoiamos e vemos essas cooperativas como qualquer tipo de organização. Muitas, no entanto, acreditam que serão autosuficientes, com poder superior e até de substituição à ordem. Há preceitos legais que só podemos fazer, como registro profissional e amparo jurídico e contratual ao músico”, reage o contrabaixista José Dias, do conselho regional da OMB-MG. Segundo Makely Ka, liminar do Ministério Público, com validade em todo o território nacional, garante aos músicos o direito do exercício profissional sem necessidade de filiação à OMB. “A ordem acaba exercendo poder de polícia, sem oferecer benefício nenhum. É como se fosse uma máfia, à qual você paga para não ser incomodado”, acusa o presidente da Comum.

Além da criação de banco de serviços, que vem sendo responsável pelo diferencial, a cooperativa de músicos de BH anuncia para breve o lançamento de selo musical, além de festival de música. Domingo a entidade participará, na sede do Sebrae-MG, de seminário da rodada de negócios, realizado em parceria com a Brazilian Music and Arts, de São Paulo, e o Sebrae, que em agosto vão trazer ao país 10 empresários estrangeiros interessados em conhecer e comprar música brasileira, inclusive em Belo Horizonte, pela primeira vez. “Temos de nos organizar para criar vínculo com eles”, afirma Makely Ka, lembrando que qualidade, diversidade e riqueza musical o Brasil já tem. A Comum, de acordo com Makely Ka, já tem 24 cooperados e está se abrindo para receber associados. Interessados devem comparecer à assembléia, preencher ficha provando que desenvolvem atividade ligada à música e pagar a cota-parte (R$ 25) e a mensalidade (R$ 10).

COMUM

Hoje, às 19h, assembléia extraordinária da Cooperativa da Música de Minas Gerais, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes, Av. Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Aberta aos interessados.

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