'Continuo sem engolir essa história de o Exército fazer obras e, inacreditável, deslocar um batalhão para o morro a fim de proteger não a população, mas os operários e engenheiros da tal obra'
| Fábio Motta/AE | | Ministro da Defesa, Nelson Jobim, esteve no morro e tentou amenizar a situação | De repente, a gente fica sabendo que um grupo de militares entregou três rapazes para os inimigos matarem. Aí, a gente fica sabendo que os tais homens estavam em uma favela do Rio protegendo trabalhadores – seus colegas de Exército – que estavam fazendo uma obra reivindicada por um candidato às eleições deste ano... Não é um samba do crioulo doido?.
Essa história do Morro da Providência no, Rio de Janeiro, é de nos deixar de queixo caído. Depois que os corpos dos três rapazes pobres foram encontrados em um aterro sanitário, o Exército viu-se obrigado a confessar que 11 de seus homens se desentenderam com as vítimas e decidiram seu futuro entregando-as a um grupo rival. Foram executadas.
Mais, o ministro da Defesa foi ao Morro da Providência pedir desculpas às famílias. O presidente da República considerou o episódio algo abominável, prometendo indenizar as famílias das vítimas.
Tudo isso é espantoso. Mas existem outros detalhes que são muito mais malucos. Primeiro essa história de o governo liberar dinheiro para projetos sociais numa favela a pedido de um candidato à prefeitura da cidade. Depois, continuo sem engolir essa história de o Exército fazer obras e, inacreditável, deslocar um batalhão para o morro a fim de proteger não a população, mas os operários e engenheiros da tal obra.
Quando acontece a lambança, o ministro da Justiça se isenta, o ministro da Defesa pede desculpas e uma juíza manda o Exército sair.
Olhem bem o que estão fazendo com nossas Forças Armadas, que contam com os maiores índices de credibilidade junto à população (em pesquisas recentes e antigas!). | |
Nenhum comentário:
Postar um comentário