Admirável mundo novo

Brasil é hoje o sexto maior mercado do mundo de internet
Jorge Werthein, PhD em educação pela Universidade de Stanford, diretor-executivo da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla)
Em 2007, na área de informação, ocorreram fatos relevantes no país: pela primeira vez a venda de computadores foi superior a de televisores. Os setores sociais menos favorecidos foram beneficiados pela queda de preços e por financiamentos mais longos. Pela primeira vez no Brasil, mais da metade dos internautas navegou por meio de equipamentos colocados em empresas, universidades e lan-houses, ou seja, fora de casa. Por essa razão, 78% dos acessos foram feitos em banda larga. A popularização do uso deste tipo de conexão a tornou mais popular, elevou o número de usuários, ganhou maior velocidade, o que deve resultar na queda dos preços.

O Brasil é hoje o sexto maior mercado de internet. Ainda está distante da Europa e dos Estados Unidos, mas chegará ao final deste ano com cinqüenta milhões de usuários. Operam no país, segundo a Anatel, 130,5 milhões de aparelhos celulares, que atendem a 65,5% dos 5.564 municípios, ou 91,7% da população nacional. Os 34,5% dos municípios brasileiros ainda não servidos pela telefonia celular terão os serviços em funcionamento até o final de 2010. Em 2018, é previsto que o número de aparelhos chegue a 250 milhões. E o número de conexões de banda larga, atualmente em 10 milhões, chegue a 160 milhões, dos quais 120 serão pontos de acesso móvel.

A mais recente novidade virá acompanhada pela implantação da televisão digital. O telefone celular, com a adoção dessa nova tecnologia, vai se transformar em computador de bolso. Apesar de hoje o custo ser elevado no Brasil, os aparelhos da terceira geração (3G) poderiam criar oportunidades para que comunidades inteiras possam ter acesso à informação. Este é o mundo novo que está se abrindo no início do século 21. Trata-se de uma rara oportunidade de promover a inclusão digital em proporções jamais imaginadas. Tudo isso exige mais e melhor informação. Mais e melhor conhecimento. Mais e melhor educação. E mais e melhores estratégias de inclusão social.

Mais de três bilhões de aparelhos celulares foram vendidos no mundo inteiro. Do zero ao primeiro bilhão foram necessários 20 anos de trabalho. O segundo bilhão levou quatro anos. O terceiro dois. Hoje, 80% da população mundial vivem dentro da área de alcance da telefonia celular. E mais: 68% dos aparelhos funcionam nos países em desenvolvimento. O futuro chegou, porém, a exclusão a esses benefícios ainda é grande. Na América Latina, uma porcentagem pequena da população tem acesso à internet por meio do telefone móvel: no Brasil são 3%. A maioria dos planos são pré-pagos (80%) e muito caros. Para usufruirmos desta revolucionária tecnologia, os países emergentes precisam superar etapas e dar saltos em direção a melhor distribuição de renda e melhoria da qualidade de vida. Esse é o admirável mundo novo que tem que estar ao alcance de muitos mais

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