Cidade Tiradentes sedia a primeira atividade da Semana Hip Hop



Juventude engajada denuncia a pobreza e a ausência de políticas públicas nas regiões periféricas de São Paulo.

Suelma Inês

Na última segunda feira,17 de março, aconteceu no Centro de Educação Unificado (CEU Água Azul), localizado na Cid.Tiradentes, a abertura da semana do Hip Hop de Sampa (Lei Municipal 14.485/07).

Para a Cidade Tiradentes, que conta com cerca de 160 mil habitantes, e carece de serviços públicos de qualidade, foi muito importante a realização desse evento.

As atividades voltadas para os cinco elementos do Hip Hop,Break, Mc, DJ, Grafite e o Conhecimento, expressaram o quanto ainda é necessário que o Estado invista na efetivação das políticas públicas e em serviços.

O evento foi marcado por batalhas de Hip Hop com Mc Doideira, Tito e Dam,o Dj representado por Roge e Minduim, o grafite por Hope e Bira 76, o Break por MB2O x CT Break, apresentação dos grupos Facção X, a Comuna Força Ativa e o D.Quebrada. É importante destacar a participação feminina com as rappers Denise do Facção X e Fernandinha da Comuna Força Ativa.

Um dos debatedores,Luiz Fernando Vidal, juíz da Vara Especial da Infância e Juventude/IBCCRIM, ressaltou a importância da participação e da voz da juventude da comunidade, Rogério Souza Ferreira (Facção X), fez críticas a algumas ONGS que muitas vezes tem um papel de domesticar e sufocar a juventude,Tiaraju Pablo (Usina) refletiu sobre a invisibilidade da pobreza em diversos setores da sociedade, tais como: na mídia, no trânsito, nos guias de rua, apontou o descaso com que os grandes empreendimentos imobiliários tratam as áreas de assentamentos irregulares, o mediador Wellington Góes, ressaltou a ausência na mesa de debates de representantes do conselho tutelar, órgão de significativa importância na região.

Algumas intervenções foram no sentido de refletir sobre o número de habitantes na Cid.Tiradentes e a baixa presença de público, bem como a autonomia que os movimentos devem ter em relação ao poder público,representando por setores burgueses e conservadores, que não tem interesse em que o movimento Hip Hop continue crescendo e transformando a realidade da juventude pobre.

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