I - Bienal de Grafite de BH

Ontem, ao som do Dj Fmx, enquanto aguardava o início do seminário - que se deu com um pequeno atraso por conta de problemas com um dos palestrantes, que foi prontamente substitído por Rui Santana -, resolvi conversar com algumas pessoas que apreciavam as exposições.

Desde o primeiro dia de Bienal, a diversidade do público me saltou aos olhos. Achei curioso, pois não sabia que o graffiti, essa provocativa arte comtemporânea, consegue agradar públicos tão distintos.

Erik Alves, 21, estudante de Engenharia Ambiental, estava impressionado em ver como a arte do graffiti consegue expressar perfeitamente a voz de um povo. “Não digo que são pinturas engajadas, mas elas refletem uma realidade. Os artistas fazem críticas, apelos, dão conselhos, pregam a paz. Muito bacana isso. Nunca tinha visto obras como essas daqui. Aliás, o único contato que eu já tinha tido com o graffiti foi através das ruas mesmo”.

Inclusive, não é difícil encontrar leigos, nos que diz respeito ao graffiti, conferindo a Bienal. E disso se faz valer o objetivo de disseminar a arte para o maior número de pessoas possível. “A idéia de uma Bienal, gratuita ainda por cima, foi excelente. É só ver o meu caso: entrei sem nem saber onde estava pisando e agora estou saindo com uma visão totalmente diferente a respeito do graffiti” - completa Erik.

Em outra parte do galpão da Serraria, um grupo de amigos se divertia com as obras. Rafael Silveira, 23, estudante de Design e aspirante a grafiteiro, disse que nunca viu uma coisa igual. “O trabalho desses artistas ficou espetacular. Quase não acreditei quando fiquei sabendo como isso tudo aqui foi feito!” As exposições foram erguidas em apenas três dias. Foram 134 artistas trabalhando sem parar, em condições que poderiam ser melhores. “Isso aqui tá incrível” - emendou Rafael.

Percebi que o som do Dj tinha parado. Satisfeito com as breves conversas que tive, fui me sentar para acompanhar o seminário. Algumas cadeiras ao lado, uma senhora também esperava. Me sentei ao lado dela e perguntei o que ela tinha achado das exposições. Sebastiana Fialho, 63, artista plástica desde os 27, me respondeu que tinha gostado muito. “Ainda não terminei de ver todos os corredores, mas até agora gostei muito do que vi”. A ocorrência de pessoas mais velhas visitando à Bienal é também uma constante. “Vai começar! Vamos ver o que essa galera mais nova tem pra falar” - finalizou Dona Sebastiana.

Enviado por: Redação Street -

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