FÁBIO GRELLET
do Agora
O câncer de colo do útero --a parte mais estreita e inferior desse órgão-- é o mais comum entre as mulheres brasileiras: corresponde a cerca de 25% dos casos da doença.
Embora possa matar, esse tipo de câncer é totalmente curável quando diagnosticado precocemente. E a principal forma de detectar a doença é por meio do papanicolaou, exame que também permite detectar infecções e doenças sexualmente transmissíveis.
Quase toda mulher já ouviu falar em papanicolau, mas nem todas seguem a recomendação médica: esse exame deve ser feito todo ano, desde o início da vida sexual --ou no mais tardar a partir dos 21 anos-- até pelo menos os 30 anos.
"O exame é recomendado para todas as mulheres no máximo a partir dos 21 anos", recomenda a médica Cláudia Bortoletto, ginecologista do Hospital Estadual Pérola Byington. Ao contrário do que muitos pensam, o exame também pode ser feito em mulheres virgens.
O papanicolaou é feito no consultório. A paciente deita-se em uma cama especial de exame ginecológico que mantêm as pernas dela erguidas para que o médico possa introduzir um espéculo na vagina e colher amostras de secreção das partes interna e externa do colo do útero.
O material coletado é colocado sobre uma lâmina de vidro e enviado a um laboratório para ser analisado. Durante o exame, é comum a mulher sentir um ligeiro desconforto, que poderá ser amenizado se ela relaxar e não tensionar a região pélvica. O procedimento demora poucos minutos.
A análise das células em laboratório investiga indícios de câncer e outras doenças.
Um exame anormal pode indicar que a região cervical está inflamada ou irritada, o que pode ser resultado de uma infecção; que a região cervical apresenta alterações chamadas displasias, isto é, células alteradas ou lesões escamosas que podem desaparecer ou aumentar, mas não são câncer; que a região cervical apresenta sinais de câncer. Nesses casos será necessário fazer outros exames para orientar o tratamento.
"É importante ressaltar que o papanicolaou não é um exame infalível. A paciente pode ter lesões não identificadas pelo teste. Daí a importância de se repetir o exame todo ano", explica a médica.
Mulheres com maior risco de desenvolver câncer de colo do útero podem ser orientadas pelo médico a fazer exames semestrais. Isso é mais comum para as pacientes que apresentaram alguma anormalidade em exame anterior, têm freqüentes infecções vaginais, estão entrando na menopausa ou já fizeram cirurgia de retirada do útero com permanência do colo.
Após os 30 anos, caso dois exames consecutivos dêem resultado normal, ele pode passar a ser realizado a cada dois anos.
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