INAUGURAÇÃO DA FESTA QUARTEIRÃO

INAUGURAÇÃO DA FESTA QUARTEIRÃO

Estarei produzindo esta festa semanalmente que ira acontecer na casa noturna Jive Club todas as quartas-feiras de março em São Paulo capital!

ATENÇÃO!CONVOCO A PRESENÇA DE TODOS OS AMIGOS!

FAVOR RETORNA ESSE EMAIL COM NOME COMPLETO PARA LISTA AMIGA DE R$10!

Fiquem à-vontade se quiserem passar essas informações para outros amigos!

Vamos nos comunicando!

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4 DE MARÇO DE 2009 – QUARTA-FEIRA (INAUGURAÇÃO DA FESTA)

SHOW:
· Pentágono – (Lançamento do CD Natural) - www.myspace.com/pentagono5

DISCOTECAGEM
· DJ Marco (Céu)
· DJ Kefing (Lua) - www.myspace.com/djkefing
DJ Nando

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11 DE MARÇO DE 2009 – QUARTA-FEIRA

SHOW:
Flora Matoswww.myspace.com/cslindaflor

DISCOTECAGEM
DJ Marco (Céu)
DJ FZero - www.myspace.com/fzerocutz

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18 DE MARÇO DE 2009 – QUARTA-FEIRA

SHOW:
MC Marechal (RJ)www.myspace.com/mcmarechal

DISCOTECAGEM
DJ Kefing (Lua) - www.myspace.com/djkefing
DJ Nato - www.myspace.com/djnatopk

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25 DE MARÇO DE 2009 – QUARTA-FEIRA

SHOW:
P
ace on e Mr Green (Atração Internacional) www.myspace.com/paceandgreen

DISCOTECAGEM
DJ King - www.djking.com.br
DJ Nando

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Serviços:

Horario: A partir das 22:30

Rua: Alameda Barros, N°:376 Bairro:Higienópolis Cidade: São Paulo

Infojive 11 3663-2684

Web site da casa: www.jiveclub.com.br

Myspace da festa: http://www.myspace.com/quarteirao

Nome na lista de desconto: Quarteirao2009@gmail.com

Valores: H = R$ 25,00 de entrada ou R$ 50,00 de cons.

H Lista = R$ 20,00 de entrada ou opção por R$ 40,0 de cons.

M = R$ 20,00 entrada ou opção por R$ 40,00 de consumação

M Lista = R$ 15,00 de entrada ou opção por R$ 30 de consumação

Estacionamento

Aceitamos cartões de crédito e débito visa e mastercard

Não Aceitamos Cheques

Ar Condicionado

--
Jaime 'Diko' Lopes

Cel 55 11 8192 6297
MSN: diko_bocadaforte@hotmail.com

MYSPACE: www.myspace.com/dikobfbrasil
Portal de Hip-Hop Brasileiro - www.bocadaforte.com.br
São Paulo - SP

Hip hop no Fórum Social Mundial

Grupo mostrou como pensa a mulher periférica paraense e denunciou a prostituicão infantil e o machismo.

Gildean Silva Panikinho

Há alguns dias que antecederam o Fórum Social Mundial, grupos ligados ao hip-hop movimentaram as periferias de Belém do Pará.

O grupo paraense Conexão Feminina abriu a participação do hip hop na agenda de atividades político-culturais se apresentando no palco de um dos cartões postais da cidade conhecido como "Palco das águas". Mostrando como pensa a mulher periférica paraense e com muita responsabilidade, inteligência e garra fizeram denúncias contra a prostituicão infantil e o machismo em forma de rimas.

O mesmo recado mandado aos participantes do FSM, elas também deram à periferia, em uma comunidade que, além de ficar às margens do centro, também ficou fora das possibilidades de participacão nas atividades do Fórum. Mesmo assim legitimou a importância de expressar em forma de arte a indignação de conviver em uma sociedade injusta, desigual, racista, machista que desrespeita o meio ambiente e o direito das crianças e adolescentes.


Hip Hop paraense flagra madeireiros em atividades ilegais


Em atividade pré Fórum, organizada pelo Hip Hop paraense em várias comunidades, guerreiras e guerreiros do movimento flagram a ousadia dos madeireiros transportando árvores.

Gildean Silva Panikinho

Dias antes do início do Fórum Social Mundial, as periferias, de Belém já estavam a mil por hora em atividades de sensibilização acerca da importância do evento e das discussões a serem promovidas nas Universidades Federais, Rural e UFPA através de do movimento Hip Hop local. As atividades além de contemplarem as quatro expressões do Hip Hop como: Graffiti, Rap, Discotecagem e a Dança de Rua, também contava com a Capoeira, o Basquete de Rua e muita intervenção audiovisual de comunicação alternativa e compartilhada para o registro de toda a movimentação.

Mas como nem tudo na vida é um show, o Hip Hop presenciou o que a Força Nacional não viu, pois enquanto todo o aparato bélico deles estavam apontados para as cabeças dos jovens moradores do Guamá e Terra Firme com a justificativa de garantir a segurança dos participantes do Fórum, que não só também poderiam ser, como deveria ser participantes os membros dessas comunidades, que ficaram privados de seus direitos de ir e vir nos espaços público da Universidades, por não terem tido as mesmas condições de pagarem o valor exigido para suas inscrições no Fórum.

Os madeireiros e desmatadores ilegais da tão querida Amazônia passavam livremente com suas cargas. No exato momento da passagem da carga ilegal, de fronte ao Centro Comunitário João Nunes, situado no bairro do 40 horas onde rolava o evento, um grupo de mcs que disputavam uma batalha de Freestyle, não tiveram dúvidas de encherem o peito de ar, e dispararem toda a indignação pela ousadia feita, e tudo isso em forma de Rimas, com muita arte e inteligêngia, lição e postura absolvida de imediato pelas crianças presentes. pois é, esse é o Hip Hop da Floresta, comprometido com sua causa mais nobre: a preservação da floresta amazônica.

Questões como essas e outras implicaram e comprometeram esses jovens guerreiros homens e mulheres, nas discussões da Cidade Hip Hop, espaço que foi legitimado para esse segmento no Acampamento Intercontinental da Juventude localizada na UFRA.


Flyer da atividade Pré-Fórum
Bairro do 40 Horas baixada de Belém do Pará
O Graffiti
Enquanto o graffiti se expressa nos muros, o basquete rola solto na quadra
Basquete de Rua pra molecada.
Centro Comunitário João Nunes
Bairro 40 Horas da Baixada
Conexão Feminina
Mana Josy, solta a voz e manda mais uma vz o recado das mulheres paraenses.
Djs e Mcs na Sintonia
Meninas de responsa!!!
Conexão Feminina
Freestyle Denuncia!!!
mcs mandando um recado para os madeireiros ilegais
Enquanto isso!!!
na cara de pau!!!
É mole!!!
E onde estava a Força Nacional?
No bairro da Terra Firme exercendo todo o seu abuso poder.
Mas a Luta continua!!!
a voz do Hip Hop não parou mesmo assim.

Um mundo sem racismo é possível

Movimento negro brasileiro e organizações africanas discutem estratégias para combater o racismo.

Suelma Inês Alves de Deus , Gevanilda Santos

O FSM contou com a participação de várias organizações do Movimento Social Negro Brasileiro e algumas organizações de países africanos, cada uma dentro da sua área de intervenção, debateram e refletiram com os participantes os problemas que dizem respeito às relações raciais brasileiras e conflitos internacionais que a cada dia ganham maior visibilidade. Pessoas das mais variadas áreas de atuação e origem étnica demonstraram interesse em compreender a construção ideológica do racismo e os problemas decorrentes da discriminação racial, preconceitos e todas as formas de intolerância. Questões de gênero, educação, saúde, trabalho, criança e juventude, foram alguns dos pontos discutidos nas oficinas.

SOWETO ORGANIZAÇÃO NEGRA FALA SOBRE A EDUCAÇÃO POPULAR NO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL. BELÉM (PA)

Em roda de conversa realizada dia 29 de janeiro como atividade no FSM, a Soweto Organização Negra, dialogou com os participantes sobre a importância da educação popular na intervenção política de combate ao racismo e todas as formas de discriminação.

Foi relatado que em 2005 a Soweto se aproximou dos pressupostos teóricos metodológicos de Paulo Freire, a partir da perspectiva de trabalhar com a formação de jovens destacando a continuidade da resistência intergeracional de combate ao racismo.

Para a Soweto os pressupostos teóricos auxiliam no entendimento e identificação de como o racismo é percebido por cada grupo ou pessoa e potencializa a ação política conscientizadora já desenvolvida no interior do Movimento Negro, porém, às vezes, não reconhecido como tal. Alguns elementos já utilizados como estratégia de resistência no Movimento Negro foram identificados, como a resistência histórica, a oralidade, a ancestralidade, a dinâmica intergeracional das vivências comunitárias.

Na atividade, os participantes puderam vivenciar como a organização atua em sua metodologia de ação política. O diálogo foi horizontal, os participantes expuseram seu ponto de vista, algumas histórias de vida e a visão de mundo. Ao termino da atividade os impasses e desafios foram encaminhados coletivamente.

Para a Soweto, o importante em sua ação política é discutir, a partir da educação popular, as estratégias para enfrentar o racismo, fortalecer os segmentos sociais que estão em vulnerabilidade por não conseguirem identificar como o racismo age e como enfrentá-lo.

ASSEMBLÉIA DO CONGRESSO DE NEGRAS E NEGROS DO BRASIL (CONNEB)

O Congresso de negras e negros brasileiros marcou presença no Fórum Social Mundial. Depois de visitar a cidade de Belo Horizonte para realizar sua primeira assembléia e a capital de São Paulo na sua segunda assembléia.

O CONNEB visitou a cidade de Belém do Pará com sua terceira assembléia realizada no auditório do Teatro Gasômetro, centro de Belém. O objetivo do CONNEB é construir um projeto político do povo negro para o Brasil.

A coordenação nacional do Conneb é formada por entidades negras de âmbito nacional, como Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Movimento Negro Unificado (MNU), UNEGRO, Fórum Nacional de Mulheres Negras, Agentes de Pastoral Negros (APN’s), Círculo Palmarino e outras organizações que compuseram a da coordenação do Pará como o Cedenpa e o Mocambo.

A passeata contra a Intolerância Religiosa abriu a assembléia e contou com a presença de autoridades locais e representantes de movimentos sociais presentes no fórum social mundial de Belém.

Os temas debatidos na assembléia foram o projeto políticos que queremos; soberania nacional e resistência da amazônia negra; regularização fundiária e a questão quilombola e o genocídio da juventude negra.

O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos esteve na assembléia do Conneb, e ouviu as reivindicações das organizações presentes na assembléia. Entre as diversas reivindicações consta a atenção e agilidade na demarcação e titulação das terras quilombolas, maior empenho na aprovação do Estatuto da Igualdade racial e PL73/99, agilidade na aprovação dos projetos enviados à SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial).

A assembléia de negras e negros de Belém recebeu a visita do Comitê africano do FSM e foi reafirmado a unidade entre os povos Afrodescendentes na diáspora entorno do movimento pela reparação.

A CONEM afirmou que reparação social e política para negras e negros do Brasil por 500 anos de exploração e opressão deve estar comprometida com o projeto político que queremos, um projeto político capaz de superar a opressão de raça, classe e gênero.

Ao final da assembléia foi anunciada uma unidade de ação entre organizações do movimento negro e alianças com os demais movimentos sociais capaz de fortalecer o projeto político que queremos. A próxima assembléia do CONNEB será em Porto Alegre/ RS.

Mulher Mídia e Controle Social



Roda de conversa, realizada pelo Observatório da Mulher, no dia 30 na UFPA, debateu a mercantilização da imagem da mulher na mídia, sobretudo na televisão, e a necessidade de controle social num dos monopólios estratégicos para o capitalismo.

Terezinha Ferreira

Foto: Gastão Guedes/Ciranda

Mercadoria. Exploração. Irresponsabilidade. Preconceito. Exclusão. Objeto. Mercado. Agressão. Utilitária. Produto. Lucro. Falta de respeito. Violência. Mercadoria. Imagem deturpada. Lastimável. Sexo. Exploração. Produto. Horror. Estereótipo. Coisificação. Inclusão deformadora. Opressão. Consumo. Mercadoria. Corpo. Ditadura. Objeto. Desvalorização. Objeto. Violência. Banalização. Desigualdade. Discriminação glamourizada. Violência. Mercadoria.

Com estas palavras as participantes da Roda de Conversa Mulher Mídia e Controle Social, realizada pelo Observatório da Mulher no FSM 2009, definiram a relação mídia e mulher, ao se apresentarem ao grupo. A sala da UFPA ficou lotada - e muit@s interessad@s ficaram de fora - de pessoas de vários estados e de alguns países, para discutir a imagem da mulher na mídia.

Vera Gasparetto, da Escola da CUT em Florianópolis, iniciou a conversa, colocando a comunicação como “direito fundamental para todos e para toda a vida. Por isso, é importante o controle social porque não existe, existe apenas o monopólio da comunicação. A mídia é o único setor onde nada foi feito por este governo, queremos políticas públicas para o controle social”.

Defendendo que a cultura se sustenta no tripé capitalismo, patriarcado e racismo, Vera falou sobre o desinteresse dos grupos do poder em regulamentar a mídia. “O preconceito reforça a exclusão social para que existam os que mandam e os que são vassalos e os meios de comunicação reforçam e vendem isto o tempo todo”. Daí a necessidade de políticas públicas que venham da base social, explicou a educadora da CUT, “para romper com a idéia de pensamento único, incentivar a pluralidade, a produção de conteúdos locais, recuperar a autoestima”.

“Para que queremos a mídia em nossa mão”, perguntou Vera, respondendo e lançando um desafio. “Para disseminar valores e conteúdos que nos interessam. Mas qual ética e estética queremos?”

Mulheres de amanhã

Isabela Henriques, do Instituto Alana, voltado para o tema criança e consumo, falou contra a publicidade voltada para o público infantil. Relatou diversos exemplos de ações desenvolvidas pelo Instituto contra propagandas abusivas em relação às crianças. “A publicidade passa valores questionáveis, como uma erotização precoce, na infância já se começa a tratar a mulher assim (referindo-se às palavras da abertura). Valores passados desde a infância levam as mulheres a serem anestesiadas”.

Além da questão do consumo, incentivado pela mídia, onde “mais de 50% da publicidade infantil é de alimentos, a maioria não saudável”, mostra Isabela, citando consequências, como obesidade, bulimia, anorexia. “A criança recebe essa imagem o tempo todo, desvalorizando a alimentação saudável. Você será feliz se consumir estes produtos”.

Mulher invisível

Com frases ouvidas dos “donos” da mídia no Brasil, Rachel Moreno, presidenta do Observatório da Mulher, observa como os poderosos se apropriam dos direitos, distorcendo-os completamente. “Cabe aos pais controlar seus filhos” ou “Vocês estão mexendo na liberdade de comunicação, que é um direito”.

Entusiasmando a roda, Rachel foi mostrando como “a mulher fica invisível quando é para mostrar sua inteligência, suas demandas, suas batalhas”. Não existe a falta de creche para a mulher trabalhadora, não existe discussão séria da sexualidade; mas existem valores passados emocionalmente, sobretudo pelas novelas, autoestima rebaixada para que as mulheres aceitem qualquer coisa, competição entre nós estimulada com a venda não do produto, mas da felicidade, segundo Rachel.

“Querem nos controlar pela televisão, principal fonte de lazer e informação”, concluiu. “A mídia é um dos meios de nos controlar. Não adianta a TV fazer uma campanha de vez em quando e martelar os mesmos valores o ano todo. As TVs são concessões públicas, precisamos controlar a imagem que fazem de nós”.

Acalorado debate

E a roda girou em torno de diversas opiniões com sotaques diversos, passando pela feminização da pobreza, a questão do envelhecimento, da realidade deturpada pelos telejornais, pelos estereótipos nas novelas, pela nossa responsabilidade. Vamos destacar algumas idéias.

“É preciso chegar à mulherada da classe trabalhadora. Elas acham normal a erotização precoce, o estereótipo. Os meninos devem aparecer brincando de boneca. A mulher, cujo corpo vira garrafa de cerveja, é visível, mas a carga ideológica passa invisível” GasPA, poeta ativista do RJ

“Programas como o do Raul Gil, onde as meninas ficam se insinuando, pior é a mãe que prepara a filha para ser assim”. Joana, Belém (PA)

“Não podemos esperar políticas públicas, nós somos responsáveis para mudar o mundo”. Luziele, professora, AC

“A realidade é muito cruel em nossa região, rota de tráfico de drogas e de pessoas, de prostituição. E o Conselho Tutelar e outros fazem vista ‘grossa’ para concursos de crianças na festa do Boi, transformadas em mercadoria e erotizadas. Como combater o turismo sexual?”

“As mães são massificadas. Para desconstruir esse imaginário e esses valores fomentados pela mídia necessita um olhar para dentro e para fora, para as contradições que temos”. Fátima, Parintins (AM)

DVD Cartão Postal Bomba - GOG



Salve Todos e Todas,
aqui é Nelson Maca - Blackitude.Ba - daquele jeito:
em campo, pra pedir forças e reforços para mais uma batalha de vida da negritude e das periferias todas: da cidade, da mídia, do mercado, etc e tal...
Mais explicitamente, pedindo atenção para o lançamento do DVD do Rapper GOG de Brasília, para que vingue, para que circule, para que emocione o maior número de pessoas possíveis sem precisar ser subserviente ou entreguista. A saúde do projeto depende de nossa adesão, antes de tudo, estratégica!
Primeira ação:
colaborar na pré-venda já!

Na compra e na divulgação já!

Estratégia Quilombola
Depois de oito CDs, GOG, rapper de Brasília, lança em março seu primeiro DVD.
Tudo muito bem cuidado, mantendo aquilo que o consagrou como um dos principais representantes do rap consciente do país:
- postura ideológica inequívoca atrelada à alta tensão lítero-musical. Quem já o conhece dispensa comentários.
Aos demais faço um convite a descobrir esta obra e esta pessoa que tive o privilégio de conhecer e me aproximar, migrando de admirador e fã explícito a parceiro, meio-biógrafo, divulgador convicto e amigo sem sombras de dúvida.
Este DVD que chega é mais um nosso gancho e pretexto para ampliarmos a corrente crítica na música e ativismo brasileiro.
O conceito independente aplicado ao GOG vai além do fato de não fazer música comercial ou produzir estética de vanguarda. Nele a independência, ampliando esses elementos, representa também a herança da contrapartida oficial dedicada a todos os artistas e ativistas que ousam enfrentar o status quo. Aos que se deslocam nos subterrâneos das linguagens. Ou seja, é o preço pago por sua ousadia artística e política. Mas não deixa de ser a sua orgulhosa opção política de continuar entre nós.
Então, nós, os auto-declarados divergentes, estamos também com ele, já que é nós por nós numa corrente de rebeldia que amplia e fortalece nosso mercado negro, que dribla as armadilhas das estruturas oficiais e permanece viva e combativa.
Então, vamos ouvir o recado do irmão e colar nesta corrente, adquirindo o DVD na pré-venda, visitando o site, baixando músicas, etc e etc...

Detalhes e informações gerais e meios para conhecer e adquirir as obras anteriores e o DVD:
www.gograpnacional.com.br
www.gramaticadaira.blogspot.com


Como ouvi lá mais de uma vez no jogral bélico da Cooperifa,: "Nóis é ponte e atravessa qualquer rio!!"

GOG CONVOCA:

Dia 7 de março foi a data escolhida para o lançamento do DVD de hip hop mais esperado do País.
Falo isso sem mínima vaidade, muito concentrado, e antenado nos termômetros da Periferia e do Movimento Social brasileiro e mundial. Admito que esse momento é um dos mais importantes da minha vida, e que eu só poderia receber um presente de maior quilate que este no dia 09/03, data do meu aniversário:
- A restauração da saúde da minha amada mãe.
Agora, depois de um longo trabalho, e apoiado pelo QG da Revolução, o desafio é o de proporcionar 10 apresentações, como se fossem presentes, na qualidade que nosso povo merece.
A princípio acontecem em Brasília, várias delas ao ar livre, sem cobrança de ingressos, e a intenção é viajar por todo território nacional.
A falta de teatros, e locais direcionados ao lazer e entretenimento nas Cidades Satélites foi logo percebida, mas a resistência continua, e a vontade de reunir amigos nesta grande confraternização é insuperável!
Mais que nunca sua contribuição é importante:
adquirindo ingressos antecipados, comprando o DVD na pré venda do site, fazendo sua doação, simplesmente baixando as músicas, divulgando as boas novas aos amigos e amigas...
É isso...
Deveras emocionado, só tenho a dizer mais uma frase:
- Foi feito com muito amor, e para vocês!

Com o respeito de sempre, GOG!
( Fonte: site Gog / www.gograpnacional.com.br ).

Bebê de 11 dias morre depois de contrair herpes da mãe



Vírus da herpes

Jennifer teve falência dos orgãos depois de contrair vírus da herpes

Uma menina de 11 dias de idade morreu depois de ter contraído herpes da mãe, segundo concluiu um inquérito em Lancashire, na Inglaterra.

Jennifer Schofield teve falência dos órgãos vitais depois de contrair o vírus, em 2006, provavelmente por um beijo da mãe ou durante a amamentação.

A mãe da menina, Ruth, de 35 anos, pediu ao governo que faça mais para informar as grávidas sobre os riscos.

O juiz investigador do caso, James Adeley, determinou que ninguém foi responsável por não ter identificado o vírus na bebê.

A infecção pelo vírus da herpes simplex (VHS), neste caso, foi do tipo que se transmite através de uma ferida na boca.

Devastada

Segundo o juiz, a mãe provavelmente contraiu o VSH nas últimas semanas da gravidez depois de apresentar sintomas semelhantes aos de gripe dias antes de dar à luz.

A bebê começou a se sentir mal e morreu no Lancaster Royal Infirmary em dezembro de 2006.

Desde perder a filha, Ruth Schofield começou uma campanha para chamar a atenção para a doença, que, segundo estimativas, causa a morte de seis bebês a cada ano no Reino Unido.

Schofield já escreveu para o primeiro-ministro, pedindo que clínicas e hospitais passem a disponibilizar mais informações sobre a doença.

"Eu fiquei totalmente devastada e com o coração partido com a morte de Jennifer. A dor não diminuiu", disse ela.

"É preciso ser feito mais, já que isso pode acontecer com qualquer um sem que eles saibam."

Educação como um direito humano


Sérgio Haddad


Foto: Divulgação




Por que considerar a Educação como um Direito Humano?


Porque, a capacidade de ensinar e aprender é uma das características inerentes aos seres humanos. Imagine alguém incapacitada para aprender? Uma pessoa que está vegetando, como é costume se dizer. Está em uma condição desumana.

Diferentemente dos outros seres vivos, só o ser humano é capaz de se transformar e transformar o ambiente onde vive, graças a sua capacidade de pensar e aprender. E aprendemos porque somos estimulados pelo mundo que nos cerca e porque outras pessoas nos ensinam. Ensinando e aprendendo vamos vivendo, desde o nascimento até a morte. Já nos primeiros contatos com adultos, na procura pelo alimento, na busca do seio da mãe, na troca de olhares, em todos estes momentos estamos aprendendo. E assim seguimos até que fechamos os olhos para sempre.

E é ensinando que as pessoas mais velhas transmitem às novas gerações tudo aquilo que foi acumulado em termos de conhecimento. E é no contato com as novas gerações que as pessoas mais velhas vão aprendendo a relativizar seus conhecimentos. E é assim que valores, normas e comportamentos vão sendo apreendidos, reelaborados, modificados. Se não houvesse ensino, transmissão de conhecimentos, aprendizagens, não haveria história. Tudo seria como sempre foi, nada se modificaria.

Então, o dom de ensinar e aprender traz muitas responsabilidades, pois é através dele que podemos construir um mundo melhor ou pior, escrevendo a nossa história pessoal e da humanidade.

Quando se fala em ensinar e aprender, logo pensamos na escola. Mas não é só lá que este fenômeno ocorre; em todos os espaços da vida estamos aprendendo e ensinando. Quando ralhamos com uma criança que engatinha com seu dedo apontado para uma tomada, quando vamos a uma exposição, quando participamos de uma reunião, em todos estes momentos, consciente ou inconscientemente, estamos aprendendo e ensinando.

Uma pessoa que chegar aos 65 anos terá vivido aproximadamente 570 mil horas. Se trabalhar durante 40 anos, 40 horas por semana, terá dedicado ao trabalho 83 mil horas. Se dormir em média 8 horas por dia, somaria cerca de 190 mil horas. Isso significa que restariam quase 300 mil horas para empregar em outras atividades que não o trabalho propriamente dito. Somente uma parte delas, de 12 a 20 mil horas, será gasta com processos escolares; outro tanto utilizaremos em transporte, lazer e afazeres domésticos. No final, uma grande quantidade de horas pode ser aproveitada para processos não escolares de ensinar e aprender.


E é bom lembrar que as pessoas estão vivendo mais anos com os avanços na medicina e com a melhoria das condições de vida. No Brasil, por exemplo, a esperança de vida para uma pessoa que nascia em 1940 era de 45,5 anos; em 2008, menos de cinqüenta anos depois, passou para 72,7 anos. Estamos tendo mais tempo na nossa vida, depois dos anos de trabalho, para poder aproveitá-la.

"Ela [a educação] é condição para usufruir e defender outros direitos. Uma pessoa com mais conhecimentos está mais preparada para enfrentar a vida."

Mas há um outro motivo para considerar a Educação como um Direito Humano. Ela é condição para usufruir e defender outros direitos. Uma pessoa com mais conhecimentos está mais preparada para enfrentar a vida. São muitos os estudos que mostram que uma pessoa com mais conhecimentos tem melhores condições de saúde, tem melhores empregos, tem condições de se defender melhor em um mundo tão cheio de dificuldades. A educação é, portanto, uma questão chave para a garantia de outros direitos humanos.

Negar o direito à educação é negar a própria humanidade, é violar a natureza do ser humano. E é por isso que as nações reconheceram a educação como um direito humano no artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, no artigo 13 do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais e nos artigos 28 e 29 da Convenção sobre os Direitos da Criança. E é por isso que a sociedade brasileira consagrou a Educação como um Direito Humano na Constituição Federal de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, na Lei de Diretrizes e Bases de 1996 e no Plano Nacional de Educação de 2001.

Inscrever este direito em leis foi um passo importante, mas é insuficiente. Ainda falta um longo caminho a ser percorrido para a sua concretização como direito humano, o que requer: a universalidade na oferta deste direito; a plenitude de sua realização – com a garantia do acesso, qualidade e adequação desta oferta às necessidades e interesses da população –; e a interdependência em relação aos outros direitos, pois não pode haver educação de qualidade sem saúde, moradia, liberdade de expressão, etc. –, possibilitando assim vida digna a todas as pessoas, no Brasil e no mundo.

Polêmica: ataque a João Paulo II foi planejado no Vaticano



O atentado contra o papa João Paulo II cometido na Praça São Pedro, em Roma, no dia 13 de maio de 1981 pelo turco Ali Agca, teria sido ordenado de dentro do Vaticano, com a colaboração de expoentes da máfia.



A afirmação é feita pela agência de notícias búlgara Blitz, que publica uma entrevista exclusiva com Assen Marcevski, intérprete do processo contra o búlgaro Serghey Antonov, acusado por Agca de ser um dos mentores do ataque.


Em 1986 Antonov, que morreu no ano passado em Sófia, foi considerado pela justiça italiana inocente por falta de provas.


Na entrevista, Marcevski antecipa algumas revelações que irá fazer em seu livro sobre o atentado. A obra deve ser lançada no segundo semestre do ano.


Segundo ele, João Paulo II pretendia "colocar ordem na casa", canalizar a influência de grupos maçons no Vaticano e, principalmente, a do monsenhor Paul Casimir Marcinkus, diretor do Instituto para as Obras Religiosas (IOR), o banco da Santa Sé.


Segundo o estudioso, Marcinkus lavava o dinheiro da máfia ítalo-americana proveniente da venda de drogas.


As intenções de Karol Wojtyla, as mesmas de seu antecessor João Paulo I, que morrera de forma inesperada um mês após assumir o Pontificado, fizeram com que determinados círculos do Vaticano, junto à máfia, organizassem o atentado.


Também segundo o escritor búlgaro, Ali Agca foi escolhido pelo grupo para cometer o crime por ter manifestado publicamente sua intenção de assassinar o então papa por razões religiosas.


O atentado contra João Paulo II foi cometido durante a audiência geral do Vaticano realizada às quartas-feiras. Wojtyla teve ferimentos no estômago, na mão esquerda e no cotovelo. Desde então, ele sofreu diversos problemas de saúde.


Em 1992, teve um tumor no intestino; um ano depois, deslocou o ombro ao cair de uma escada. Em 1994, após uma nova queda, teve que colocar uma prótese no fêmur. Embora não reconhecido oficialmente pelo Vaticano, o papa sofria também do mal de Parkinson, o que agravou ainda mais seu estado, até sua morte em abril de 2005.


Ansa Latina

Brasil envia 19 mil toneladas de solidariedade a Cuba



O Governo Lula doou a Cuba 19 mil toneladas de arroz para enfrentar os graves problemas causados pela passagem de três furacões que devastaram a ilha em outubro passado, o Ike, o Gustav e o Hannah. Uma expressão de solidariedade deste porte não pode passar sem merecer reflexões amplas, especialmente num momento em que o mundo registra principalmente é movimentação de armas. Enquanto Brasil doa arroz, os EUA seguem com o contínuo abastecimento de armas para Israel.


Por Beto Almeida, jornalista*



O carregamento de arroz — o equivalente a 718 caminhões — saiu do porto gaúcho de Rio Grande no dia 10 de Fevereiro e está por aportar em Havana por estes dias, levado por 3 navios cedidos pela Espanha, que, com isto, também participa desta operação de solidariedade a Cuba.


Os furacões também arrasaram o Haiti e Honduras, países que também receberão doações brasileiras, logo a seguir. Houve escassa divulgação sobre esta doação do governo brasileiro, apenas discretos registros na imprensa do sul, mas, no total ela representará 44,4 mil toneladas de arroz. Além disso, serão enviadas aos três países, em um terceiro carregamento ainda sem data prevista, 1.105 toneladas de leite em pó e 4,5 toneladas de sementes de frutas, verduras e legumes, produzidos pela agricultura familiar.


Fidel: como um ataque nuclear


Segundo o Itamaraty , somente no Haiti, as tempestades deixaram pelo menos 800 mortos e 800 mil desabrigados. Em Cuba, foram sete mortes e perdas calculadas em US$ 10 bilhões, com meio milhão de casas danificadas ou destruídas e centenas de milhares de hectares de plantações arrasados. O ex-líder cubano Fidel Castro chegou a comparar as imagens de destruição na ilha às que testemunhou na cidade japonesa de Hiroshima após a detonação da bomba nuclear.


É aqui exatamente onde se faz mais necessária uma reflexão bem atenta sobre o significado desta ajuda, retirada dos estoques públicos geridos pela Companhia Brasileira de Abastecimento e que conta com expressiva produção de responsabilidade da agricultura familiar.


Os jornalistas que acompanham há mais tempo as passagens constantes de furacões sobre o Caribe, podem observar uma diferença sobre o comportamento da sociedade cubana, de sua defesa civil, a unitária e disciplinada mobilização de seu povo. Com toda a lamentável destruição que ocorre, sobretudo em habitações, na agricultura e também no setor elétrico, é possível verificar que o caráter socialista da sociedade cubana permite sim minimização das perdas humanas. Pode-se alegar que em se tratando de furacões é difícil comparar as perdas cubanas, as 7 mortes em Cuba, com os mais de 800 que morreram no Haiti, país que vive um crise humanitária, uma tragédia social densa, além de estar sob a presença de Tropas da ONU, cuja permanência foi solicitada pelo presidente René Preval logo após sua eleição com expressivo apoio popular, superior a 73 por cento dos votos.


O que vale registrar é que em Cuba, diante da ameaça de uma catástrofe natural, todos os instrumentos do estado e da sociedade se mobilizam de modo integrado, sobretudo os meios de comunicação, atuando em sintonia completa com a Defesa Civil, com o intuito de salvar vidas. Lá não há mídia privada que não pode suspender sua programação para difundir diretrizes de evacuação de regiões que serão mais afetadas pelos furacões. Aqui só mudam a programação para explorar o sensacionalismo mórbido como na tragédia da adolescente Eloá, sempre na linha do vale-tudo pela audiência. Quem manda na programação é o departamento comercial. Em Cuba não há mídia privada, salvar vidas é obrigação, é a pauta fundamental.


Assim, com este esforço unitário que inclui órgãos do Estado, as Forças Armadas Revolucionárias, a Defesa Civil, os sindicatos, os meios de comunicação, os Comitês de Defesa da Revolução, o sistema de saúde, é possível em poucas horas evacuar contingentes de um milhão e meio de cubanos. Só isto já é uma façanha, pois estamos falando de mais de 10 por cento da população cubana aproximadamente, que hoje alcança pouco mais de 11 milhões de habitantes. Imaginemos o esforço que deveria ser feito, a magnitude da logística requerida se necessário fosse evacuar, em poucas horas, diante de uma ameaça climática, a 10 por cento do povo brasileiro, ou seja, algo como 19 milhões de seres humanos. Sabemos que sequer conseguimos resolver a contento ainda operações muito mais simples como a da documentação dos cidadãos, a do registro das crianças recém-nascidas, estamos sendo obrigados a dispensar boa parte dos recrutas pela impossibilidade de oferecer-lhe a refeição adequada nos quartéis.


Jornalismo de desintegração


Sim, o Brasil ainda não resolveu muitos problemas de séculos atrás, como diz o próprio presidente Lula, mas foi capaz de ter a sensibilidade social de enviar 19 mil toneladas de solidariedade para a Cuba que tanto merece amor. Seria necessário divulgar muito mais o que está ocorrendo de fato junto com o envio dessas toneladas de arroz-solidário. Era até mesmo necessário que a TV Brasil estivesse nos navios espanhóis que fazem o transporte para contar esta história de integração que caminha, mas que nem é compreendida adequadamente, seja porque a comunicação não opera, seja porque há a atuação do jornalismo da desintegração. Refiro-me aquela certa mídia que afirma que integração é pura retórica itamarateca.


Antes das 19 mil toneladas de arroz solidário, já haviam ido para a Ilha rebelde o braço da Embrapa, da Petrobrás. Multiplicam-se os acordos de cooperação, os volumes de comércio, os laços culturais. Há quem não queira ver.

Sangue brasileiro em solo cubano


Mas, entre Cuba e Brasil os laços de solidariedade — ternura entre os povos — são muito mais antigos, sempre mal divulgados. Lutaram no Exército de Libertação Nacional de José Marti dois brasileiros, dois cariocas. Essas 19 mil toneladas de arroz aportam em solo irrigado pelo sangue de dois brasileiros que atenderam ao chamado revolucionário de Marti para a luta de libertação de Nuestra América. Solo fértil. Lá ficaram, junto com José Marti, também abatido em combate. Já havíamos doado sangue ao povo cubano.


Em outros momentos, brasileiros e cubanos também estiveram de alguma forma juntos, como, por exemplo, na luta de libertação de Angola. Trezentos e cinqüenta mil cidadãos cubanos, homens e mulheres, incluindo a filha do Che, tomaram em armas e foram para Angola lutar contra o exército sul-africano que invadia a terra do poeta Agostinho Neto, que pessoalmente solicitou ajuda a Fidel Castro. A sanguinária democracia dos EUA apoiando o exército do Apartheid de um lado e Cuba lutando ombro a ombro com os angolanos do outro. O Movimento Negro brasileiro não mandou uma aspirina em solidariedade aos angolanos. Na Batalha de Cuito Cuanavale, 1988, os nazis do apartheid da África do Sul foram finalmente derrotados, levando Mandela a declarar: "a Batalha de Cuito Cuanavale foi o começo do fim do Apartheid!!!" O Brasil tinha sido o primeiro país a reconhecer a independência da República Popular de Angola, o que levou Henry Kissinger, então secretário de estado dos EUA, a vir ao Brasil para reclamar de Ernesto Geisel , afirmando que o Brasil estava fazendo o jogo dos comunistas, estava junto com Cuba, etc. Geisel respondeu apenas: "a política externa brasileira não está em discussão com o senhor!” Houve um tempo em que chanceleres brasileiros tiravam o sapato diante de ordens desaforadas de qualquer guardinha de alfândega....


Furando bloqueios


Hoje o Brasil envia 19 mil toneladas de arroz para Cuba e dá uma banana para a tal lei Helms-Burton, fura o bloqueio com solidariedade, para lá envia a Embrapa e a Petrobrás. Com o apoio da Espanha de Zapatero. Antes, a Espanha de Aznar, mandava tropas para o Iraque, operava no Golpe de Abril de 2002 contra Chávez...


Por quem merece amor....


Solidariedade não se discute a quem, mas esta é matéria que Cuba pode dar aulas de sobra. Existem hoje profissionais de saúde cubanos em mais de 70 país. Apenas na Venezuela trabalham 23 mil médicos cubanos. No Timor Leste também encontram-se 350 médicos cubanos em missão de solidariedade. O presidente timorense, o jornalista e poeta Ramos-Horta, contou-me que o embaixador dos EUA tentou pressionar para que Timor rejeitasse a ajuda cubana. Ramos, com a sabedoria humilde dos timorenses, apenas perguntou ao embaixador norte-americano quantos médicos seu país havia enviado para aquela ilha que antes foi um Vietnã Silencioso, dado seu heroísmo e dignidade, escondidos de modo vil pela mídia controlada pela indústria bélica e pela ditadura petroleira internacionais. O gringo vestiu a carapuça. Há mais médicos e professores cubanos em todos os continentes do que profissionais de todos os países ricos de idêntica especialização , somados. Mas, se a continha fosse de soldados...


A Venezuela já foi declarada pela Unesco "Território Livre de Analfabetismo”, e lá estavam os professores e pedagogos cubanos para assegurar esta conquista. Ser livre é ser culto, diz Marti. Da mesma maneira, quando em dezembro último a mesma Unesco - mais acostumada nos últimos tempos a contabilizar a devastação da educação pública no mundo - declarou oficialmente a Bolívia como "Território Livre do Analfabetismo”, lá estavam os professores cubanos, com o seu método de alfabetização "Yo si puedo”, prestando sua solidariedade para tirar o povo boliviano das trevas da ignorância neoliberal.


Doando médicos, professores, pedagogia


Aliás, este método de alfabetização também foi adaptado por pedagogos cubanos para aplicação via rádio no Haiti, em dialeto creole. A observação é simples: um país que já extirpou a praga do analfabetismo há mais de 48 anos coloca agora seus profissionais a serviço de outros povos buscando soluções para problemas sociais que já não existem mais ali entre cubanos. De certo modo, lá no Haiti brasileiros e cubanos também encontram-se novamente juntos. Seus esforços de algum modo coordenam-se favoravelmente. A integração se dá. Os 500 médicos cubanos que estão no Haiti são, na prática, a espinha dorsal do que resta do serviço de saúde pública daquele país em colapso e o Batalhão de Engenharia do Exército Brasileiro lá está a construir fossas, pavimentar ruas e estradas, obras de saneamento. O tema provoca polêmicas, inclusive por vários movimentos sociais, mesmo assim é central considerar declaração do Comandante Fidel Castro em 2006: "eu prefiro tropas brasileiras do que mariners dos EUA no Haiti". Revelando a com quê concepção geopolítica, portanto com quê visão estratégica ampla avalia a questão.

Do mesmo modo, cabe registrar que este mesmo método de alfabetização cubano está sendo adaptado e aplicado entre indígenas na nova Zelândia e em inúmeros Assentamentos da Reforma Agrária do MST aqui no Brasil sempre combinando o uso do livro e da televisão, incluindo a participação, no caso brasileiro, de alguns artistas de telenovela, igualmente solidários com os mais necessitados.

Cuba, Katrina e Tsunami

O desastre do furacão Katrina nos Eua foi duplo: a catástrofe natural ceifou muitas vidas, mas foi agravada pela catástrofe da criminosa negligência dos administradores públicos que deixaram a população de Nova Orleans no deus-dará e dizendo-lhes apenas, "virem-se”. Quê diferença da mobilização disciplinada para evacuação de milhões de cidadãos em Cuba em poucas horas!!! Citemos os números: em Cuba, mais de 500 mil residências destruídas, porém, apenas 7 mortes. Uma vida perdida é sempre uma vida perdida, mas o aqui o valor da consciência, da solidariedade, do sentimento coletivo é o eixo central pois nestas evacuações, os médicos de família acompanham seus pacientes, cuidando inclusive que os animais domésticos também sejam evacuados coordenadamente, especialmente pelo efeito emocional positivo que têm sobre as crianças. É o modo como uma sociedade socialista trata seus animais. A solidariedade , por meio de políticas públicas, chega até estes.


Cuba imediatamente ofereceu aos EUA um total de 1200 médicos para cuidar da população flagelada pelo Katrina, ajuda prontamente rejeitada pelo então presidente Bush, mais preocupado em enviar soldados para o Iraque que em receber médicos cubanos. Como é possível que a poucas horas da passagem devastadora do furacão em Nova Orleans haja a oferta de 1200 médicos prontos para embarcar para os EUA? Já estão sempre preparados para ajudar outros povos! E como é possível que o país mais rico do mundo não tenha tido a capacidade, até hoje, de reconstruir o que foi destruído pelo furacão, deixando patente, sobretudo, o desprezo pelas populações negras que perderam suas casas, seus móveis etc.?


Eis aí um aspecto que diferencia fundamentalmente as sociedades: algumas são capazes de cuidar dos seus, mas também cuidar dos mais necessitados, mesmo que estejam em outro país, a civilizada capacidade de oferecer solidariedade. Por isso, é também importante registrar que a Venezuela continua doando para as populações pobres dos EUA óleo combustível a ser usado para a calefação neste período de frio. Sim, é comum a morte por frio entre os pobres nos EUA. E lembrando que em Cuba encontram-se hoje 500 jovens dos EUA, pobres e negros moradores do Harlen, a estudar gratuitamente na Escola Latino-Americana de Medicina.


Até os elefantes se salvaram...


Da mesma forma que no Katrina, também no Tsunami também ficou demonstrado o desprezo pelo salvamento de vidas. Quando os aparelhos eletrônicos dos EUA detectaram os tremores no fundo do mar, imediatamente foi possível calcular seus possíveis efeitos, o maremoto arrasador. Tanto é assim que rapidamente as embaixadas dos EUA na região foram orientadas sobre o que poderia vir. As aeronaves da base naval norte-americana da Ilha de Diego Garcia foram colocadas em área protegida. Sabia-se o que estava por vir em algumas horas. Horas suficientes para serem utilizadas na informação preventiva, mobilizadora, para organizar um operação de evacuação gigantesca. Tanto é que elefantes que percebem os tremores subterrâneos captaram a mensagem da natureza e fugiram para lugar seguro. Os elefantes escaparam!


Mas, a magnífica parafernália de comunicação hoje em mãos da humanidade para integrar bancos, bolsas de valores, esquadras navais, satélites, internet, para operações com capitais especulativos, não foi usada para salvar vidas! Se fosse um colapso bancário, em segundos todos os países do mundo estariam informados. Mas, era um maremoto que estava se formando a partir das súbitas mudanças das placas tectônicas no fundo do mar, não era mudança de capital. Havia o espaço de tempo necessário para salvar vidas se todos os meios de comunicação, os satélites, as rádios e televisões, trabalhassem com o sentido humanitário, com o espírito de missão pública, com a consciência de que se pode sim salvar vidas, como se faz em Cuba quando vêm chegando os furacões. A tecnologia, sem consciência solidária, de nada vale quando se trata de salvar vidas, apenas isto.


Assim, aprendamos todos com esta página de solidariedade que está sendo escrita agora pelo Brasil, coerente com uma política de integração, que precisa ainda desenhar-se, expandir-se, superar os que do lado de lá patrocinam não apenas o jornalismo de desintegração, mas a própria desintegração latino-americana. Com a crise do capitalismo mundial, temos uma avenida. Militares brasileiros da Aeronautica participaram de operações de salvamento de flagelados quando das devastadoras inundações na Bolívia há alguns meses. Participaram também, recentemente, indicados pelas Farc, mas com a concordância do governo da Colômbia, da operação de resgate humanitário dos reféns coordenada pela Cruz Vermelha nas selvas do país vizinho. São algumas ações apenas, mas apontam um caminho com a criação da Universidade da Integração Latino-Americana, em Foz do Iguaçu aponta. Mas, esta página tem muitos antecedentes, sobretudo inúmeras páginas nobres que Cuba já escreveu na história da solidariedade internacional dividindo generosamente seus escassos meios com outros povos mais necessitados.


Assim, o arroz solidário brasileiro vai para quem merece amor, como na canção de Silvio Rodriguez.


*Beto Almeida é diretor de Telesur


Da redação

Com a palavra: Dexter



Data: 12/02/2009
Bocada - Forte ::: Entrevista




As penitenciárias sempre foram consideradas depósitos de gente. Apesar do discurso de recuperação do preso, a punição e o afastamento sempre foi prioridade do Estado e aceito sem questionamento por grande parte da sociedade. Sendo assim, tudo que ocorre do lado de dentro das muralhas tem que ser ocultado. Quanto menos se sabe da vida do presidiário, mais fácil será sua dominação. O cotidiano carcerário, nas relações entre detentos e funcionários que não têm noção do que é cidadania, acaba por causar abusos e crimes num espaço longe das câmeras de TV. Somente rebeliões e massacres chegam aos ouvidos de grande parte da sociedade.
Dexter
O sofrimento da família, as estratégias de sobrevivência dos presos em meio a formação de facções e a corrupção policial, para que esse sistema apodrecido funcione, precisam ser omitidos. O Rap nacional deu voz ao preso e, através do trabalho de artistas como Dexter, muitos jovens passaram a conhecer o que por muito tempo ficou escondido. Outro estilo musical poderia fazer algo semelhante? Creio que sim, mas não com a mesma intensidade.

No dia 4 de janeiro de 2009, num domingo ensolarado, Dexter, em período de indulto ("saidinha"), concedeu entrevista ao Bocada Forte durante almoço com amigos e a família, no bairro da Casa Verde.

Trajetória e música

"Até agora eu me sinto um vencedor, mas eu tenho mais planos. Me considero um cara batalhador, perseverante, sou lutador, um guerreiro. Gravei 3 CDs, me mantive vivo na prisão, parei de usar droga lá dentro, graças a Deus. Conheci minha esposa, essa mulher maravilhosa que me acompanha há quase 7 anos. Se for olhar as coisas dessa forma, sou um cara vitorioso, mas eu entendo que tenho muita coisa pra conquistar. É bom saber que mesmo de lá de dentro da prisão, a gente conquistou o respeito da rapaziada com as músicas e tal. Minha música é isso mesmo, falar de sofrimento e da realidade, não consigo fazer ficção. Preciso falar a realidade mesmo, acho que é assim que a gente convence."

O apoio das pessoas do lado de fora

"Todo ser humano precisa dessas paradas, todas as pessoas precisam de apoio. Na questão jurídica eu tive que correr pra conquistar, nada vem de graça. No longo do percurso apareceram algumas pessoas querendo ajudar, mas acabou ficando só na intenção. Algumas me ajudaram em várias coisas, outras receberam pra me auxiliar, mas aí, eu já não posso considerar ajuda, foi um serviço prestado. O apoio afetivo e psicológico veio da minha família, do Claudinho, do Mano Brown. O apoio também veio dos irmão que sempre mandam um salve pra mim, isso tem relevância, um salve já ajuda muito."

Composição artística atrás das grades

"A música tem que estar no sangue mesmo irmão. Lá dentro eu não posso ouvir som, com exceção de uma cadeia que eu passei, ali eu tive condição de ouvir música. Foi justamente a cadeia que eu fiz o disco “Exilado Sim. Preso Não”. Meu Rap é assim: eu vou escrevendo, vou fazendo minhas levadas. Na hora de produzir eu ouço a base e tento encaixar minha letra no som. Não sou um cara que fica vendo a temática dos outros rappers. Eu não sei fazer Rap assim, simplesmente escrevo, ouço a base. Tem horas que escrevo já imaginando certo instrumental. Quando chega a hora de gravar, já era, vou e coloco a voz. Não sou um cara de fazer laboratório, sabe? Mesmo porque, eu não tenho esse espaço. Onde eu me encontro, não tenho esse espaço pra fazer pesquisa, nem a 105 FM eu escuto. Dependendo de onde eu fico, não pega a 105. Sou mais coração mesmo, vou que vou. É a vontade, é o sangue mesmo."

Sobre os rappers que preferem retratar apenas o lado violento da periferia

"Talvez isso aconteça porque eles não estiveram presos, porém, mesmo quando eu estava fora dos presídios, eu já fazia música falando de esperança e fé. Eu acho que o Rap é uma música que veio pra mudar. O Rap mudou a minha vida, realmente salvou a minha vida. Todo jovem que foi e é envolvido com o Rap, estou falando de Brown, GOG, Bill, estou falando de quem faz Rap agora. Falo de quem teve sua vida mudada pelo Rap. Se não fosse o Rap, o que muitos deles seriam? O que o Dexter seria se não fosse o Rap?

Se eu tenho isso como exemplo, eu preciso falar disso mesmo. Qual o intuito da minha música? Pra mim, é salvar as pessoas também... Ou da droga, ou da rua, não sei. A idéia é ajudar positivamente. Eu vejo rappers com músicas que infelizmente não contribuem positivamente com a juventude carente, sem educação e cultura. A música fala na alma. Se o cara tem uma tendência a trilhar um caminho mais fácil que é imposto pra ele. Uma música com conteúdo negativo pode influenciar a decisão do cara... Entendeu?

Todo cara que ser herói na quebrada, mas quando você escuta o verdadeiro Rap, você pensa: ser herói desse jeito não é pra mim não. Minhas letras mostram que sou um cara comum, apenas um ser humano. É bom ver que sou importante pras pessoas por isso. Minha música sempre vai falar disso, meu som é esperança, é fé."

O Rap e o pancadão nas quebradas

"Tudo que é atrativo, é mais fácil de corromper. O Rap não é só um atrativo, o Rap é uma cultura. Perdemos um pouco do espaço que tínhamos com a juventude, pois o Rap trata de uma realidade dura. Ao passar do tempo, as pessoas já não querem mais ouvir falar dessa realidade, mas é necessário falar. O Rap não morreu, a cultura não está morta, isso é importante. É o seguinte, a peneira sempre vai existir, os ouvintes serão mais seletivos. É óbvio, com o passar do tempo, certos discursos cansam. Eu acho que se a gente perdeu alguma coisa, foi mínima, pois a cultura está viva. O Rap fala lá no nordeste, também lá no sul, de maneira forte. A gente não está ligado. Muita gente mede as coisas por São Paulo, aqui podemos estar passando por uma crise, mas acho que temos que analisar como um todo, olhar o Rap no Brasil.

O funk pra mim é um atrativo, entretenimento. Não menosprezo, cada um faz a sua cara, só que eu prefro continuar com a minha cultura. A moda passa, o que é raiz não passa. Você pode alisar seu cabelo, você pode sair da favela, mas você nunca vai deixar de ser preto. Você não pode se enganar. O Rap continua forte, é claro que muita coisa mudou, são 20 anos de Hip-Hop. Talvez a gente tenha perdido o tempo das coisas, mas vai melhorar. O Rap não está morto."

Profissionalização e dinheiro

"Temos que profissionalizar o Rap! Colocar a rapaziada pra fazer show. Fazer letras inteligentes. Quem sobreviveu até hoje, vai continuar na cena e vai lucrar. Pra você sobreviver nessa batalha tem que ser forte, mas são poucos. Tem uma rapaziada vindo com outra pegada. Esses não vão passar mesmo, sem levar as coisas a sério e sem trabalhar duro, só farão música, mas não vão sobreviver. Eu estava falando com o Brown, nós estamos até preocupados. Porém, nós vamos continuar fazendo Rap, temos que continuar firme e forte. Temos que organizar shows nervosos, pela cultura, pelo movimento e por dinheiro também. Ninguém vive de amor, está na hora de meter o dinheiro no bolso. Como eu vou pagar meu aluguel? Como eu terei minha casa própria? O país é capitalista! Os gringos estão em outro patamar por que? Porque os caras foram pra cima mesmo, conquistaram espaço e dinheiro. Run DMC fez contrato com a Adidas, uma empresa alemã, numa época em que o Rap estava apenas começando aqui no Brasil. A Nike está procurando algumas coisas, eles querem negociar. Por que não se aliar?

Tem algumas questões dentro da empresa Nike que são complicadas. A gente tem que analisar esses pontos. As pessoas questionam uma transação do Rap com a Nike no Brasil, afirmam que ideologicamente não seria possível. Dizem que os caras utilizam trabalho sub-humano e infantil em países asiáticos onde a constituição é falha e permite este tipo de coisa. Então vamos discutir isso, vamos arrumar nossa casa primeiro. Como eu posso querer arrumar a casa dos outros se a minha casa é uma bagunça. É o seguinte, o negócio que a gente vai fazer com a Nike não é pra gente ficar rico, é pra empregar o que agente está ganhando dentro da cultura e reverter ações para a favela, para a periferia. Vou adiantando, eu estou dentro desse projeto, não tenho um trabalho ainda, mas já estou nessa negociação com a Nike. Chegou a hora de a gente dar o bum no nosso Rap. Precisamos reformular as idéias. Os irmãos do Rap e da favela sempre usaram tênis da Nike, na periferia os jovens matavam para ter um Nike no pé. Nunca recebemos um centavo dessa empresa. Chegou a hora de tomar o que a gente tem condições através do nosso trabalho, sem perder o foco. O Rap é uma indústria que bota comida na minha casa e na de muitos. Está na hora da gente buscar o que é nosso. Negociar é uma fita, se vender é outra. Dentro dessa negociação podemos colocar nossa concepção, uma contrapartida social pode entrar numa cláusula de contrato. Não podemos perder esse foco, tipo: ´Vocês querem o Dexter... É o seguinte façam centros tecnológicos em tal comunidade.´"

Futebol e Rap

"A ligação entre Rap e futebol deveria se muito maior. Muita gente do esporte gringo vai em show de Rap. A ligação tem que ser maior que as palavras aqui no Brasil. A gente deveria ter uma integração legal entre futebol e Rap. Fico aqui pensando, falta consciência pros caras do futebol, temos que procurar e se relacionar com jogadores que são “pé no chão”. O Ronaldinho conversa com o Jackson, o Denílson é meu amigo, O Brown fala com a rapaziada do Santos. Temos que viver mais juntos. O Rap é pesado, poucos querem ter uma ligação com o Rap, muitos querem tapar o sol com a peneira e fazem o que o novo mundo da elite exige. Mas os jogadores são jovens, se dedicam totalmente ao futebol, param de estudar. É difícil desenvolver uma consciência desse jeito. Temos que nos conhecer, trocar idéias. As idéias mudam, é a revolução através das palavras."

Convivência no presídio

"Em qualquer repartição você vai contar com algumas pessoas, algumas tem inveja de você. Posso contar com pessoas firmeza que convive comigo. É claro que se você fizer um Rap, ser um escritor, as pessoas passam a admirar você. No caso dos agentes penitenciários, é importante ter educação, respeitar e tratar bem as pessoas. O agente não está lá porque quer, quem sabe ele não teve condições de estudar para ser outro profissional. Ele faz a cara dele eu faço a minha. Teve agente que já falou que eu mereço estar na rua, que sou um cara educado e que não dou trabalho pra eles lá dentro. Você tem que saber quem é, tem que saber como agir. Vivo entre o certo e o errado, fui prejudicado em alguns momentos, ajudado em outros, tenho que ter jogo de cintura. Dois dos meus três projetos foram gravados dentro da prisão."

Jovens das classes média e alta correndo pelo Rap

"É natural, a música é boa. A música da juventude é o Rap. Muito cara da classe média e da classe rica se identifica com o Rap. Se os caras pudessem falar com a gente, eles colavam. Eles admiram o nosso som. Eles vão curtir e fazer o Rap também. Vão andar como a gente anda, se vestir como a gente se veste. Nossa vida é muito mais loca que a deles, o dinheiro na nossa vida falta, mas nós não vivemos enclausurados com medo.

Cada um faz o Rap que acha que deve fazer, mas tem que fazer bem feito. O Rap é a música da liberdade. Se a idéia deles vai me convencer ou não, isso eu que vou decidir. O Rap pode falar de qualquer coisa. Quem sou eu pra censurar? Só que tem que ter atitude. Tem gente que acredita que Rap é mudança, outros dizem que Rap é atrativo e entretenimento. Eu acredito que Rap é mudança, então farei meu Rap dessa forma."

Planos futuros e andamento do processo

"Estou com nove músicas prontas para o meu próximo CD, estou preparando um livro. Quero fazer shows. Muito se ouviu falar do Dexter, mas pouco se viu. Também tenho um trabalho voltado ao presídio, não posso esquecer disso. Meu processo está sendo agilizado, estamos finalizando, graças a Deus ganhei uma carga na cadeia, dei uma saidinha agora e, se até março eu não sair em regime aberto, pelo menos terei mais uma saidinha. Tem um lance mais complicado, temos que entrar com um pedido para baixar mais o tempo de cadeia, mas estamos indo bem, estamos conseguindo montar esse quebra-cabeça."


Por: DJ Cortecertu

http://bocadaforte.uol.com.br/site/

Médicos identificam problema de pele associado a videogames



Videogame

Médicos de um hospital de Genebra, na Suíça, identificaram um novo problema de pele, chamado "hidrosadenite palmar de PlayStation", que eles acreditam que é causado por jogar videogames demais.

Em um artigo na publicação científica British Journal of Dermatology, os especialistas descreveram o caso de uma menina de 12 anos atendida no hospital com lesões muito dolorosas nas palmas das mãos.

A menina, que usava videogames regularmente, se recuperou completamente depois de dez dias sem jogar.

A princípio, os médicos acreditavam que ela sofria de um problema chamado hidradenite idiopática palmar exócrina - sendo que idiopático significa "de causa desconhecida".

O problema tinha sido relatado anteriormente nas solas dos pés de crianças que participavam de atividades físicas mais pesadas, como corrida, e acredita-se que esteja ligado a suor intenso.

Mas o aparecimento das lesões é incomum nas palmas das mãos, o que chamou a atenção dos especialistas.

A paciente não tinha participado de qualquer esporte ou atividade física recentemente e não se lembrava de nenhum trauma recente envolvendo suas mãos.

Mas os pais da menina contaram que recentemente ela havia começado a jogar PlayStation durante várias horas, diariamente, e que continuou a jogar mesmo depois do aparecimento das lesões.

"O diagnóstico final de nossa paciente foi hidrosadenite idiopática palmar exócrina. Porém, nós propusemos que a variante nesta paciente seja chamada mais especificamente de hidrosadenite palmar de PlayStation", disse um dos autores do estudo, Behrooz Kasraee.

Tensão do jogo

Os médicos em Genebra acreditam que o problema foi causado pelo fato de a criança agarrar com força os controles manuais do videogame, junto com o suor causado pela tensão gerada pelo jogo.

Os pesquisadores afirmaram que casos de vício em videogame já foram relatados, mas acreditava-se que os sintomas eram apenas psicológicos.

Alguns sintomas físicos, como tendinite aguda, começaram a aparecer. Segundo os médicos, agora a "hidradenite palmar de PlayStation" pode ser adicionada à lista de sintomas.

O porta-voz da Sony Computer Entertainment Europe Ltd., que fabrica o PlayStation, recomendou "bom senso".

"Acreditamos que o videogame é um divertimento legítimo como assistir filmes, ouvir música ou ler livros", afirmou.

"Assim como com qualquer forma de lazer existem possíveis consequências quando não se segue o bom senso, conselhos de saúde e instruções, que podem ser encontradas em nossos manuais de instrução."

"O PlayStation foi lançado em 1995 e vendeu centenas de milhões de consoles nos últimos 13 anos."

"Não queremos depreciar esta pesquisa e vamos estudar as descobertas com interesse. Esta é a primeira vez que ouvimos uma reclamação desta natureza", acrescentou.

Para Nina Goad, da Associação Britânica de Dermatologistas, a descoberta é "interessante e os pesquisadores querem dividir com outros dermatologistas, caso estes se deparem com sintomas parecidos e sem explicação em outros pacientes".

"Se a pessoa se preocupa com lesões em suas mãos quando joga videogames, seria uma atitude inteligente dar um tempo para suas mãos de vez em quando e não jogar em excesso se suas mãos têm tendência ao suor excessivo", disse.


Maus tratos na infância podem reprogramar gene, diz estudo


Criança

Maus tratos na infância teriam efeitos de longo prazo.

Sofrer maus tratos durante a infância pode provocar a reprogramação de alguns genes, deixando a vítima mais vulnerável a doenças mentais e suicídio, sugere um estudo canadense publicado na revista especializada Nature Neuroscience.

Análises de tecido do cérebro de adultos que se suicidaram revelaram mudanças genéticas fundamentais entre os que tinham sofrido maus tratos quando crianças.

De acordo com os cientistas, o estudo reforça o resultado de pesquisas anteriores, que mostraram que maus tratos durante a infância estão associados a uma reação mais intensa em situações de estresse.

Mas ainda não se sabe exatamente como fatores externos interagem com os genes e contribuem para a depressão e outros problemas mentais na fase adulta.

A equipe de pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal, examinou o gene para o receptor glicocorticóide - que ajuda a controlar a resposta ao estresse - em uma região cerebral específica de 24 vítimas de suicídio, sendo que metade deles havia sofrido maus tratos quando criança.

Neste grupo, os cientistas encontraram alterações químicas que reduziram a atividade do gene. A redução levou a produção de menos receptores glicocorticóides, o que levaria a uma resposta de intensidade acima do normal ao estresse, segundo o estudo.

Longo prazo

A pesquisa sugere que as experiências durante a infância, quando o cérebro está se desenvolvendo, podem ter um impacto de longo prazo sobre a resposta de alguém a situações estressantes.

Mas o chefe da equipe, Michael Meaney, disse acreditar que estes efeitos bioquímicos também podem ocorrer em fases mais avançadas da vida.

Para Meaney, o resultado mostra o que qualquer psicólogo infantil ou trabalhador no setor de saúde pública já sabe.

"Mas até você comprovar o processo biológico, muitas pessoas no governo e responsáveis pelas políticas na área permanecem relutantes em acreditar que é verdade."

"Além disso, você pode se perguntar se um remédio seria capaz de reverter estes efeitos e isto é uma possibilidade", afirmou Meaney.

Jonathan Mill, do Instituto de Psiquiatria do Kings College London concorda: "O mais empolgante sobre alterações epigenéticas (em que o meio ambiente controla a atividade genética) é que elas são potencialmente reversíveis e portanto seriam talvez um futuro alvo para intervenção terapêutica."

Por : Ag BBC

Brasil, um país de mal educados





Escrito por Waldemar Rossi

A frase que dá nome a este texto não está sendo escrita no sentido pejorativo. Está apenas querendo mostrar que nosso sistema educacional vai de mal a pior.

O Diário de S. Paulo 18 de fevereiro traz mais uma péssima notícia para as nossas famílias. Sua manchete é bem sugestiva: "Desempenho em português cai entre alunos da 4ª série". Trata-se de avaliação do aprendizado de crianças em escolas públicas do Ensino Fundamental do município de São Paulo, cidade conhecida como motriz da economia e da cultura (?) nacional. "A avaliação foi feita pelo Movimento Todos Pela Educação, com base em dados da Prova Brasil, avaliação aplicada pelo governo federal", diz a matéria. Pela avaliação de entidade federal, as crianças do ensino público paulistano deixam muito a desejar em termos de aprendizado da nossa própria língua.

Apenas 26,9% dessas crianças atingem a média necessária para serem consideradas satisfatoriamente alfabetizadas. É bom que se diga que a média esperada deveria atingir apenas 31% das crianças. Média baixíssima para que essas crianças possam ter um desempenho escolar seguinte com bom aproveitamento. Medíocre se queremos que nossas escolas preparem nossos filhos para a vida de trabalho, social e de cultura, para que "tenham vida em plenitude", como nos revelou o mestre Jesus Cristo.

A matéria vai além ao afirmar que "São Paulo teve um desempenho dentro do padrão Brasil. Nossa expectativa era de que fosse melhor, por causa dos recursos e da estrutura existente na cidade". São palavras de Mozart Ramos, presidente executivo do Todos Pela Educação.

Ora, se apenas 26 alunos entre 100 atingem um conhecimento de nossa língua razoavelmente adequado, o que podemos esperar do futuro dessa geração? Que capacidade terão esses futuros jovens para ler jornais e revistas e se informar? Que possibilidade terão de entrar no mundo das leituras que se fazem necessárias para compreender os graves problemas econômicos, sociais e culturais do mundo atual, especialmente do Brasil?

Avançando, a matéria revela ainda que na oitava série (fim do ensino fundamental) a matemática foi a grande vilã com apenas - pasmem – 7 crianças entre 100 atingindo um índice de aprendizado satisfatório. Vendo por outro lado, de cada 100 crianças 93 não fizeram o aprendizado mínimo na disciplina.

Se a estrutura escolar permitia prever melhor desempenho, ainda que medíocre, que nível de estrutura educacional é esta? Que quantidade de recursos vem sendo aplicada para a formação de nossa infância e juventude? Se compararmos o montante de dinheiro público que vem sendo jogado para o colo dos banqueiros agiotas – muitas centenas de bilhões de reais em apenas alguns anos –, veremos o grau do crime político e social que esses governantes (municipais, estaduais e federal) vêm cometendo contra todo o povo brasileiro.

Ficam algumas perguntas: onde estão os profissionais da educação que se calam ante essa barbárie? Como podem aceitar calados que sejam responsáveis por aplicar essa nefasta política educacional que vem sendo imposta pelos governantes inescrupulosos? Será que não pensam que estão construindo um mundo piorado para as futuras gerações, incluídos aí seus filhos, filhas, netas e netos? Onde estão os dirigentes de sindicatos e associações de professores que se contentam em disputar eleições e imprimir alguns jornais sem propostas de mobilização nacional? Com quem estão comprometidos? Com a qualidade de vida do nosso povo ou com aqueles que estão no poder?

A última pergunta vai para pais e mães: por que não aderir de corpo e alma aos movimentos que defendem a implantação de um sistema de educação que ajude a formar seus filhos para a vida, e para a vida com qualidade, em vez de vida vegetativa e de carneiros que tudo aceitam passivamente? Afinal, somos ou não responsáveis pelos filhos que colocamos no mundo?

Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.