Toda a sociedade, sem exceção, será afetada pelo envelhecimento populacional, fenômeno de caráter multidisciplinar que deverá ser analisado e estudado por diferentes áreas do conhecimento. A situação de hoje, e a que se projeta para o futuro, é a de um fenômeno relacionado, entre outros fatores, com a queda no número de nascimentos e o aumento da expectativa de vida. Um novo paradigma de gestão social deve ser construído para a nova sociedade que irá surgir com o envelhecimento da população, a longevidade e a diminuição do número de jovens.
Teóricos defendem que o envelhecimento demográfico — aumento do percentual de idosos em uma determinada população — traz várias consequências sociais. Entre elas estão a coexistência de três ou quatro gerações, com famílias convivendo com um ou mais idosos, e a chamada feminização da velhice, com mais mulheres idosas do que homens, e mais longevas. Além disso, referem-se a um maior número de pessoas vivendo em instituições hospitalares e asilares, com maior demanda por serviços médicos, maiores gastos com medicamentos e maior ocupação de leitos hospitalares.
O Brasil, em ritmo crescente, tem se destacado pela longevidade de sua população, deixando gradativamente de ser um país de jovens. A exclusão dessa população ainda ativa do mercado de trabalho constituirá um grave problema de contornos incalculáveis. No Brasil, a expectativa de vida é, hoje, de 68,6 anos, segundo o censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contra mais de 74 anos previstos para 2025. Temos, portanto, um país que está deixando de ser de jovens para ser de idosos. Isso quer dizer que as pessoas que nasceram no pós-guerra estarão, em 2025, na faixa etária entre 65 e 80 anos. E os números brasileiros sobre envelhecimento são alarmantes. Segundo os dados do relatório Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, de 2001, em 25 anos a população de idosos poderá ser superior a 30 milhões de pessoas no país. Por isso, impactos em ordem crescente são esperados nas áreas social, econômica, cultural, política e da saúde. É importante considerar, também, a diminuição geral do tempo de serviço do trabalhador já a partir dos seus 50 anos.
Diante disso, o contexto que se apresenta é de abertura de um novo campo em gestão de serviços na área da administração. A futura sociedade de idosos é fato novo, mas que, em contrapartida, revela um desafio sem precedente, que impacta nas diversas áreas de conhecimento e em uma nova visão de mundo e de sociedade. |
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