Criatividade para inovar

Os desafios para a transformação social são muitos
Márcia Moussallem, Cientista social, pós-graduada em gestão para organizações do terceiro setor pela Universidade da Amazônia, mestre em serviço social pela PUC-SP
Nos últimos 10 anos, presenciamos transformações em todas as esferas da sociedade. A complexidade das relações políticas, econômicas, ambientais e sociais, bem como o aumento das desigualdades sociais, da pobreza e miséria no mundo contemporâneo, favoreceu a construção de uma nova relação compartilhada entre o Estado, empresas e organizações do terceiro setor. As mudanças ocorridas com a desestruturação do Estado na área de bem-estar social contribuíram para a ampliação das desigualdades a partir dos anos 1970. As décadas de 1980 e 1990 foram marcadas por inúmeros fenômenos, como processo de globalização mundial, a urbanização acelerada, os avanços extraordinários da ciência e tecnologia, as transformações no mundo do trabalho e o aumento do desemprego.

O conceito de sustentabilidade foi introduzido, no início da década de 1980, por Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute, no qual definiu “a comunidade sustentável como a que é capaz de satisfazer as próprias necessidades sem reduzir as oportunidades das gerações futuras”. Entretanto, foi somente a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – ECO-92 –, no Rio de Janeiro, que este conceito foi incorporado como um princípio. Na ocasião, foi aprovada a Agenda 21, da qual 170 países foram signatários, um dos principais documentos sobre o assunto, com mais de 2 mil recomendações relacionadas ao desenvolvimento local sustentável. O Estado, empresas e organizações da sociedade civil, bem como toda a sociedade passam a ter responsabilidade frente ao conjunto de ações e metas para um mundo mais equilibrado. Trata-se de um novo paradigma diante das questões de desenvolvimento político, econômico, social e ambiental do planeta.

Apesar das especificidades e realidades dos diferentes países desenvolvidos e dos da América Latina, os desafios e a complexidade são muitos em direção à construção de um mundo melhor. O caminho foi dado em direção à formulação de uma diretriz de gestão compartilhada entre os diversos atores da sociedade. O novo papel do Estado, a nova cultura das empresas com vistas à responsabilidade social, as ações das ONGs e entidades da sociedade civil fazem parte de um projeto e compromisso comum diante de uma concepção universal em direção à sustentabilidade social, econômica, ecológica, espacial e cultural.

A Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado (Fundamig) e o B. I. Internacional, frente à sua missão e valores comprometidos com a sociedade, lançam um curso inovador que proporciona conhecimentos teóricos e práticos importantes sobre gestão do Estado, empresas e organizações do terceiro setor voltados para o desenvolvimento sustentável. Os desafios para a transformação social são muitos, mas, por meio do conhecimento, inovação, reflexão, análise e ação consciente, poderemos criar alternativas empreendedoras para um mundo mais equilibrado e com qualidade de vida mais digna para todos os homens.

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