Os movimentos do break são conduzidos numa velocidade que se perde no ar. As palavras do MC percorrem a atmosfera até serem absorvidas pelo grafite desenhado na parede, no teto e na terra. O suor corre pela testa como água torrencial. O DJ acelera e tranqüiliza, seus dedos deslizam sobre o disco e criam faíscas, fogo. Misture tudo. Coloque aí: break, MCs, DJs e o grafite. Misture o poder da água, a pureza do ar, a firmeza da terra e o descontrole do fogo. O resultado é seu, mas também é pra todos: Ritmo e Poesia, Rithym and Poetry, ou se preferir: Rap.
“É um estilo musical, uma manifestação artística. O cara que canta rap é aquele que se identifica com o estilo e o toma como trabalho ou diversão. Pode ser uma pessoa que nasceu com esse dom e, de uma hora pra hora, se descobre fazendo rap”, define o MC Pdr, nome de trabalho de Pedro Valentim, de 24 anos. Nas palavras de quem encara um microfone, vale tudo: “Preza-se pela poesia, pelas rimas. Mas os assuntos são os mais diversos possíveis. Eu posso falar sobre vida cristã, criticar a sociedade ou homenagear minha mãe. Há liberdade pra isso”, explica Pdr.
Para o corretor de imóveis e MC Pedro Vukf, de 20 anos, o rap é mais que um estilo de vida: “É a forma como eu observo a cidade, como vejo as pessoas. Rap é o meu ciclo de amizades, é a maneira como penso”, conta. Alexandre Durante, ou MC Dante, de 16, faz coro: “Apesar de ter começado a rimar há pouco tempo, o rap foi algo que nasceu comigo. Não consigo imaginar minha vida sem a idéia de cantar e fazer rimas”, confessa o estudante.
Em Belo Horizonte, o movimento vem ganhando corpo: “A cultura hip hop tem se fortalecido bastante, sobretudo por estarmos voltando às nossas origens, que é a rua”, conta Pedro Vukf. “Há diferenciações de estilo e preferências, entre outras coisas, mas existe um respeito bacana. Eu percebo que a galera tenta se ajudar, fortalecendo com trabalho dos outros e indo aos shows”, completa Pedro Valentim.
Se depender de Vukf, a brincadeira ainda vai longe: “Rap é um lado diferente da música. É onde me expresso, coloco os meus sentimentos. O rap pode ser qualquer coisa. Mas antes de tudo ele é sincero”, conclui.
GÍRIAS:• Flow: fazer rima em cima de uma batida.
• Beat: bases instrumentais usadas pelos MC´s
• Sample: trechos musicais retirados de canções
SITES:•
duelodemcs.blogspot.com•
bocadaforte.com.br
•
sopedrada.blogspot.com
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