China anuncia ajuda a jovens que atuarem em regiões pobres



Estudantes chineses (arquivo)
Cerca de 1,5 milhão de jovens recém-formados não estão empregados
Jovens recém-saídos da universidade que aceitarem trabalhar em províncias menos desenvolvidas do centro e oeste da China terão os custos da universidade totalmente reembolsados pelo governo, anunciou o jornal estatal China Daily.

Segundo o governo, a medida visa promover migração de talento para as áreas mais pobres do país, que se localizam longe dos centros urbanos da costa leste.

Universitários que entrarem para o Exército receberão o mesmo tipo de auxílio.

Os incentivos ainda incluem a redução de impostos para os recém-formados que queiram montar o próprio negócio.

O anúncio das medidas ocorre em meio a incertezas no mercado de trabalho do país.

Milhares de universitários estão desempregados e, segundo reportagem do jornal Guangzhou Daily, somente na província de Guangdong recentemente mais de 2 mil recém-formados se candidataram a vagas de babá e doméstica por falta de escolha.

Desemprego

“Essa é a primeira vez que o governo oferece reembolso de taxas educacionais, e isso mostra a determinação de estabilizar o mercado de trabalho”, disse ao China Daily Chen Guangjin, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS, na sigla em inglês).

Um relatório da CASS divulgado há algumas semanas afirmou que o nível de desemprego entre recém-formados no final de 2008 já estava na casa dos 12%, muito acima dá media nacional, de 4%.

Isso significa que mais de um milhão e meio de jovens que concluíram um curso universitário não estão empregados.

O estudo também estimou que 6,1 milhões de chineses completarão o curso superior neste ano, o que colocará o governo sob grande pressão, pois a insatisfação universitária poderá gerar protestos causando instabilidade social.

Ensino público

Na China, a maioria das universidades é pública, e o processo de admissão ocorre por meio de um exame nacional realizado anualmente, uma espécie de vestibular unificado que vale para todo o sistema.

As faculdades públicas, entretanto, não são totalmente gratuitas como no Brasil.

Muitas vezes os estudantes precisam pagar uma anuidade de centenas de dólares, além de arcar com os custos de moradia e alimentação, quando estudam longe da casa dos pais.

Universidades privadas são minoria e normalmente recebem candidatos que não conseguiram qualificação para as vagas públicas.

No entanto, com a modernização do país, a educação superior privada tem crescido e já acolhe centenas de milhares de estudantes, principalmente jovens da emergente classe média.

Nenhum comentário: