Dr. Uro explica os riscos de contrair hepatite durante a relação sexual
Dr. Ricardo de La Roca
Quando se tem relações sexuais sem o uso de preservativos, todos ficam com medo da possibilidade de contrair o HIV ou o Sífilis, ou as verrugas venéreas do HPV.
A hepatite é uma infecção muito grave das células hepáticas e pode levar até à morte. Mas como o fígado pode ser acometido durante a relação sexual? Na relação na qual existe contato das mucosas e micro abrasões dos genitais, com um(a) portador(a) da Hepatite B ou C. O vírus ativo na circulação sanguínea passa para o(a) companheiro(a) e, após um período de incubação, vai se alojar nas células do fígado, lá provocando uma inflamação que altera a circulação local e a metabolização dos elementos mais importantes para nossa energia, como, por exemplo, a transformação de proteínas em glicose e a produção das enzimas necessárias ao perfeito equilíbrio orgânico.
A hepatite C era desconhecida até alguns anos atrás, quando foi isolada e inicialmente dado o nome de hepatite não A, não B.
O vírus desta hepatite pode ter diferenças entre a mesma família deste vírus, sendo uns mais agressivos e outros menos. Com o tempo, a inflamação dos hepatocitos pode levar a um processo de cicatrização e transformação da estrutura hepática levando a uma cirrose hepática, falência hepática, podendo chegar à morte. Vale lembrar que nestes casos um transplante de fígado fica impossível pelo aspecto da impossibilidade de tomar medicações que evitariam a rejeição do transplante pelas condições já alteradas pela infecção viral.
No caso da suspeita de Hepatite C, é necessário uma biópsia hepática para colheita de material e estudo das células quantificando o grau de cirrose e fibrose e avaliação do tipo do vírus agressor para determinar o tratamento com drogas antivirais, um verdadeiro coquetel de medicamentos com seus efeitos colaterais desagradáveis como queda de cabelo, manchas pelo corpo, perda de peso, alterações da taxa de hemoglobina manifestada por uma anemia importante.
Com tudo isto acima descrito, fica mesmo a pergunta: vale a pena transar sem proteção?
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