MST, 25 anos: Ocupar, resistir e produzir





A questão agrária no Brasil, onde predomina o monopólio das terras e os latifúndios improdutivos, tem origem na própria formação da nação brasileira. A medida que a estrutura econômica do país foi evoluindo, e ficando mais complexa, os conflitos entre trabalhadores rurais e proprietários de terras também foram se ampliando. De outro lado, a crescente miséria e desemprego foram gerando um exército de pessoas despossuídas e sem perspectiva de sobrevivência.

Nesse contexto, com o advento da redemocratização, o surgimento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, há 25 anos, foi um marco na luta para alterar esse panorama. Rapidamente o MST se espalhou pelo campo, organizando dezenas de milhares de pessoas na luta pela Reforma Agrária, um dos pilares essenciais para a transformação e democratização da sociedade brasileira.

As ocupações de latifúndios improdutivos e as implantações de assentamentos foram, sem nenhuma dúvida, estopim para que o governo agilizasse os processo de desapropriação de latifúndios. Infelizmente esse não foi um processo pacífico, foi resultado de inúmeros enfrentamentos, da morte de dezenas de militantes da causa da Reforma Agrária e da prisão de dirigentes do MST.

É provável que na escalada da criminalização dos movimentos sociais vista no auge da aplicação do neoliberalismo no Brasil, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, o MST tenha sido uma das organizações mais atingidas pela repressão do Estado.

O alcance das lutas pela terra foram além da questão específica da Reforma Agrária, contribuíram na denúncia do neoliberalismo. Nesses 25 anos o MST tem contribuído com outras lutas, fortalecendo a pauta política de outros setores do movimento social brasileiro.

Para avançarmos decididamente na construção de uma alternativa política, econômica, social e cultural no Brasil, em que se avance no rumo de uma política nacional de desenvolvimento, com soberania, distribuição de renda e justiça social, a união dos movimentos sociais e o surgimento de outras organizações combatentes como o MST tem papel estratégico.

Como lembra Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, nestes 25 anos o “MST também se destacou no caminho da unificação dos movimentos sociais no país e em toda a América Latina, pela soberania nacional, pela Reforma Agrária, e 0por uma verdadeira alternativa civilizacional avançada em nossa terra.” Por tudo isso, é uma data de luta que precisa ser comemorada por todos os democratas e progressistas.


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