Em defesa da sociedade

Querem tampar o sol com a peneira opaca da demagogia
É assustadora a crescente onda de assaltos que atinge toda a sociedade brasileira. E exatamente por isso – pela sua extensão e profundidade – o problema extrapola a simples e burocrática tentativa de solução por meio das tradicionais providências legais e policiais.

Qualquer um percebe que estamos em autêntica guerra urbana, pois os marginais se associam em verdadeiras instituições criminosas, as chamadas quadrilhas e por meio delas, ameaçam, roubam, matam e se estruturam em organizações de defesa de seus interesses inconfessáveis e de ataque à sociedade desprotegida.

Se assim é – se estamos em plena guerra urbana – as soluções deveriam ser emergenciais, ainda que ultrapassando os limites impostos pela legislação atual. E se esta legislação cerceia ou limita as providências do poder público, que se promova, com urgência, a reformulação das leis, dando à polícia e ao judiciário instrumentos mais eficazes no combate aos marginais.

Vivemos um período de anormal desestruturação social, que exige, por isso mesmo, medidas igualmente anormais para conter a onda de crimes que nos ameaça.

A atual crise nos faz lembrar a época do gangsterismo americano. Uma simples Lei Seca ainda mais incentivou o crime organizado, que só se extinguiu com extremas medidas da promotoria pública.

Nem se diga que os tempos são outros, que outra é a nossa realidade, e que o crime organizado é resultado de um mundo de opressão e injustiças. Isso é tampar o sol com a peneira, a peneira opaca da demagogia e do engodo de falsas libertações.

Antes que este país se transforme em uma enorme escola nacional do crime, salvemos o que tanto nos custou construir, restabelecendo a ordem que falece e os direitos humanos – estes, sim, os mais legítimos direitos humanos – que fundamentam a estrutura da sociedade moderna.

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